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Mercosul vai reduzir as lavouras de arroz
da Reportagem Local
Os principais países produtores de
arroz do Mercosul
(inclui-se aí o Brasil) devem reduzir a
área destinada à
cultura nesta safra de verão, o que
poderá favorecer a alta de preços.
A desvalorização do real tornou
o arroz importado mais caro por
aqui. Na safra passada, produtores da Argentina e do Uruguai,
principais fornecedores de arroz
para o Brasil, ampliaram sua área.
Só que não contavam com a mudança cambial deste ano.
Com a desvalorização do real,
agora os produtores estão reduzindo o espaço destinado ao arroz
para a safra de verão. Na Argentina, por exemplo, calcula-se que
poderá ocorrer uma diminuição
de 25% a 30% na área. Há, porém,
analistas de mercado que acreditam em uma redução de até 50%
nos arrozais daquele país.
Os agricultores argentinos haviam apostado no arroz na safra
passada. Depois de a cultura ter
rendido 900 mil t na safra 97/98,
na anterior, a produção saltou para 1,6 milhão de t.
Os consumidores argentinos
abocanhavam apenas 400 mil t.
O restante da produção tinha
endereço certo: o Brasil, que não
produz toda a quantidade de arroz necessária para suprir a sua
demanda interna.
Na safra passada, houve um aumento de área de arroz no Brasil,
principalmente no Centro-Oeste
e no Sul, o que garantiu uma produção de 11,3 milhões de t de arroz em casca.
Mesmo com essa produção, o
país deverá importar no ano comercial do arroz (de fevereiro último a janeiro de 2000) cerca de 1
milhão de t.
A maior parte do produto importado vem de países vizinhos
do Mercosul, além dos EUA e de
algumas regiões da Ásia.
O consumo brasileiro de arroz
para o ano 2000 está estimado em
cerca de 12 milhões de t.
Atualmente, no mercado internacional, o arroz está sendo negociado a cerca de US$ 150/t (preço
no Mercosul).
Para esta safra de verão, há estimativas que apontam para uma
redução de 2% na área destinada
ao arroz brasileiro, com redução
de produção de até 3%.
A produção da próxima safra ficaria, caso diminua a área, em
10,970 milhões de t.
A Conab (Companhia Nacional
de Abastecimento) ainda não tem
dados oficiais sobre a estimativa
de plantio da safra 99/2000.
Os números acima mencionados são da Safras & Mercado.
Na opinião do analista Carlos
Macchi, especialista em arroz da
Safras, o produtor brasileiro deve
ganhar mais dinheiro com a cultura na próxima temporada por
causa da redução de oferta.
Como o arroz é um item indispensável da cesta básica, não há
nenhum indício de retração de
consumo. Falar neste momento
sobre possíveis aumentos do produto para o consumidor seria especulação, na opinião de economistas.
"Os produtores do Mercosul estão comprimindo a área. O Brasil
deverá passar para esta safra com
um estoque de passagem de cerca
de 500 mil t", diz Macchi.
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