São Paulo, quarta-feira, 01 de janeiro de 2003

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PAINEL

Aproveitar a onda
Lula quer aproveitar a sua alta popularidade para tentar aprovar no primeiro semestre projetos de difícil tramitação, como as reformas tributária e da Previdência. Avalia que os parlamentares não terão como colocar tantos obstáculos às propostas do presidente recém-eleito.

Dia seguinte
O PT avalia que Lula conseguirá o apoio de até 350 deputados no primeiro semestre, número suficiente para aprovar até mesmo emendas constitucionais. A partir de julho, com o desgaste natural do cargo presidencial, o Congresso poderá impor dificuldades típicas do fisiologismo.

Despertador petista
Suplicy marcou um café da manhã com os senadores eleitos pelo PT para as 8h de amanhã, dia seguinte à festa da posse de Lula. Muitos já telefonaram a fim de reclamar do horário.

Atenção central
Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) centraliza a montagem das equipes de comunicação de todos os ministérios. Nenhum publicitário ou assessor de imprensa poderá ser contratado sem o aval dele.

No ombro
Arthur Virgílio (PSDB-AM) diz que continuará a rebater todos os ataques do novo governo a FHC: "Vou continuar a ser o líder de FHC. Vou descer a rampa abraçado a ele", diz.

Nariz torto
A Embaixada de Cuba em Brasília fez objeções a respeito da indicação do deputado Tilden Santiago (PT-MG) para a Embaixada do Brasil em Havana. Preferia alguém de perfil voltado para o comércio exterior. O petista mineiro, no entanto, continua com boas chances.

Afinidade total
De volta da Europa, Paulo Maluf pretende ir a Brasília amanhã. Prestigiar a posse dos ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Roberto Rodrigues (Agricultura).

Nome escolhido
Marcos Barros, ex-presidente do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), será o novo presidente do Ibama. Indicado pela futura ministra Marina Silva (Meio Ambiente).

Humor de torcedor
José Eduardo Dutra acertou sua nomeação para a Petrobras num almoço com Lula em 8 de dezembro, dia em que o Corinthians perdeu para o o Santos no Campeonato Brasileiro. O senador saiu de lá temendo que o presidente eleito o achasse pé-frio e desistisse da escolha.

Mui amigos
São pouco lisonjeiros os termos que Álvaro Ribeiro da Costa, futuro advogado-geral da União, usa entre amigos ao se referir aos ministros Gilmar Mendes e Nelson Jobim (STF).

Na oposição
José Roberto Afonso, um dos coordenadores do programa de governo de José Serra, deixou a direção do BNDES. Passará a trabalhar na liderança do PSDB na Câmara dos Deputados.

Imagem é tudo
Lúcio Alcântara mudará a sede do governo do CE, hoje no Palácio do Cambeba. O tucano despachará no Palácio da Curva, que era do vice. Pretende livrar-se do rótulo de que seu governo é mera continuação da era Tasso Jereissati, chamada pela oposição de "Turma do Cambeba".

Clube fechado
Tasso Jereissati (PSDB-CE) ocupará um gabinete no prédio principal do Senado, longe do plenário e dos demais senadores. Apenas ACM e José Sarney despacharão no mesmo setor.

Relação cordial
Cesar Maia (PFL-RJ) recebeu da Câmara licença para deixar a cidade entre 1º de janeiro e 31 de março. Normalmente, a licença é concedida para o ano inteiro: "Deve ser pelo carinho dos vereadores que querem ter seu prefeito sempre por perto".

TIROTEIO

Do presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), sobre a criação, nos últimos dias do mandato de FHC, do foro privilegiado para ex-presidentes:
- Não adianta foro privilegiado porque tem muita coisa do governo FHC que não dá para explicar nem em reunião de condomínio.

CONTRAPONTO

Fã de carteirinha

O cantor e compositor Gilberto Gil avisou Lula de que aceitara integrar seu ministério por meio de uma entrevista coletiva, em São Paulo, em dezembro.
Na entrevista, Gil disse que a sua decisão de assumir a pasta da Cultura na gestão do petista foi condicionada à possibilidade de poder continuar se dedicando à carreira musical.
Na véspera, o compositor declarara que "não poderia passar quatro anos vivendo com R$ 8.000". O salário de ministro é de R$ 8.500:
- Preciso [financeiramente] de dois shows por mês.
Nesse momento, um jornalista que acompanhava a entrevista não conseguiu se conter:
- A gente precisa de mais, Gil. A gente precisa de mais shows.
E emendou:
- Gil, a minha norma é nunca pedir autógrafos, mas neste caso...


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