São Paulo, sexta, 1 de janeiro de 1999

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PAINEL


O ônus de ser poderoso

Há preocupação no governo com a quantidade de conflitos que Clóvis Carvalho comprou. Começa o 2º mandato com fatia do PMDB em clima de guerra contra ele, que quebrou acordo na eleição do Sebrae com Fernando Bezerra, senador do partido e presidente da CNI. O chefe da Casa Civil também é impopular no PSDB e no PFL de ACM.
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Últimos acertos

A tendência de FHC é nomear um nome mais técnico do que político para a Petrobrás. Em relação à Caixa, deve vingar a articulação de Marco Maciel (PFL) para emplacar Emílio Carazai.
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Postura demarcada

O MST deve radicalizar contra Raul Jungmann (Política Fundiária), que considera menos afeito ao diálogo do que Milton Seligman, que trocará o Incra pelo Comunidade Solidária.

Comando da madrugada

De Pimenta da Veiga, sobre como vai compatibilizar o trabalho de ministro das Comunicações com a articulação política: "Vou ter a madrugada para cuidar do ministério. De dia, faço política". O ministro Serra (Saúde), que costuma trabalhar até muito tarde, ganhou um parceiro.
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Lista de espera

Deputados têm recebido um trote. Liga alguém dizendo ser do cerimonial do Planalto: "Se houver alguma desistência na lista de convidados do jantar do Alvorada, pode ser que haja chance de o sr. ir. Posso deixá-lo de sobreaviso?". O ouvinte fica contrariado com a reserva, mas, louco para ir, acaba aceitando.
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Capitania hereditária

Virou piada o fato de FHC ter elogiado tanto Raimundo Brito, que sai das Minas e Energia para dar lugar a Rodolfo Tourinho. Se o ministro foi tão competente, por que tirá-lo? Maldosos dizem que é porque ACM manda mais na pasta do que o presidente.
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Tem ministro que é cego

Raimundo Brito reuniu auxiliares para dizer que deixará o ministério "por vontade própria". Segundo Brito, associar sua saída a dificuldades na relação com ACM é intriga de jornal.


Na corda bamba

Sob investigação do Ministério Público e da Polícia Federal, o superintendente de abastecimento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), João Carlos Quijano, não conta com o apoio que já teve da direção do órgão. Nem ele nem a sua equipe.
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Tempo de balanço

FHC confessou a um cacique tucano que julgou errado a decisão de votar a emenda da reeleição em 97. Deveria ter deixado para 98, pois a tecnologia de aprovação da emenda (caso da compra de votos) arranhou sua biografia. Arrepende-se de não ter tentado via plebiscito.
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Pra frente, Brasil!

FHC retoma o ritmo intenso de inaugurações que antecedeu a campanha eleitoral logo após a posse. Só em janeiro, o presidente corta a fita da nova fábrica da Audi (no Paraná), aciona a interligação do sistema Norte-Sul de energia e inaugura a 1ª etapa do gasoduto Brasil-Bolívia.
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Vai dar tempo?

Antes de assumir a embaixada em Londres, Sergio Amaral ocupará uma assessoria especial da Presidência. Ficará encarregado de coordenar as ações de divulgação do Brasil no Exterior, hoje dispersa em órgãos como Embratur e Relações Exteriores.
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Tartarugando

Novo ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney começou a "trabalhar" antes de sentar na cadeira. Passou o Natal na Praia do Forte, na Bahia, visitando o projeto Tamar -de proteção às tartarugas marinhas.
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Na mosca

De um ministro do STF, sobre o acordo costurado pelo governo para enviar os sequestradores de Abílio Diniz aos seus países: "FHC se cansou de editar tanta medida provisória que agora edita tratados provisórios".
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Fim de feira

Esvaziada, a Sudene não estimula os partidos, que tentam cargos melhores. "É quase um castigo", diz pefelista. "Não serve pra nada", acrescenta tucano.
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TIROTEIO
De Walter Pinheiro (PT), sobre FHC ter dito que "só cegos e surdos procuram um projeto para o país, quando ele já tem um":
- Errei ao dizer que as crianças seriam as próximas vítimas do presidente que já havia batido nos aposentados e nas mulheres. FHC optou pelos deficientes visuais e auditivos.


CONTRAPONTO

Civil em apuros

Não é a resistência de setores das Forças Armadas o que tem sido o mais difícil para o senador Elcio Alvares (PFL) nos últimos dias. Futuro ministro da Defesa, ele não consegue se acostumar com as honrarias militares.
Nesta semana, quis marcar uma conversa reservada em um quartel. Os militares pediram detalhes de sua chegada, como horário e eventuais companhias. Elcio estranhou, mas detalhou.
Quando chegou, havia um clima de solenidade oficial, com toda a reverência, hierarquia e honras militares.
Por qualquer lugar que ande, se encontra um militar que o reconhece, rapidamente lhe é batida continência.
Até em uma praia do Espírito Santo, o futuro ministro da Defesa foi surpreendido.
Quando passeava pela beirada do mar, cruzou com um grupo de oficiais e soldados que se exercitavam na areia. Quando o viram, todos os militares se perfilaram e bateram continência.



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