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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Para Serra, petista será cobrado por não ter correspondido a esperança despertada em 2002
Lula é vítima de urucubaca da frouxidão ética, diz Alckmin
LILIAN CHRISTOFOLETTI
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato à
Presidência, disse ontem que a
urucubaca da qual o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva se diz vítima é a da frouxidão ética. Anteontem, diante de manifestantes,
Lula acusou a oposição de torcer
contra sua administração e disse
que os dados que confirmam o
crescimento econômico "vão acabar de vez com a urucubaca que
colocaram neste governo".
"O presidente Lula se porta como um candidato [à reeleição],
mas o problema dele é a urucubaca da falta de governo, do governo
que não funciona, não tem projeto e é frouxo eticamente", disse.
Alckmin que, ao se colocar como candidato à Presidência gerou
mal-estar com o prefeito de São
Paulo, José Serra (PSDB), tem
adotado uma linha de críticas a
Lula e, ao mesmo tempo, de destaque para dados que considera
positivos em sua gestão.
Ontem, um dia após anunciar a
queda do número de homicídios
em São Paulo, o governador afirmou que irá pagar R$ 51,73 milhões em precatórios alimentares.
"Isso não é eleição, faz parte do
meu compromisso com São Paulo", disse Alckmin, ao ser questionado sobre uma estratégia eleitoral de agenda positiva.
O governador elogiou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por palestra dada
anteontem sobre a sucessão presidencial. Segundo ele, FHC esclareceu que não há um candidato
preferencial entre os tucanos.
Na semana passada, após reunião entre o ex-presidente Fernando Henrique, o presidente do
PSDB, Tasso Jereissati, e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, Serra teria sido colocado como o nome do partido.
Questionado sobre a possibilidade de o PSDB polarizar com o
PT a questão de corrupção, o governador disse que o assunto "está mais do que provado" na gestão PT. "O povo está cansado de
saber disso [da corrupção]."
O governador participou ontem
da posse da diretoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado). O
conselheiro Cláudio Alvarenga
passou a presidência do órgão para Robson Marinho. Serra chegou
atrasado -subiu ao palco 11 minutos depois que a mesa das autoridades já havia sido composta e
ocupou um lugar entre Laudo Natel, ex-governador de São Paulo
(1971-1975), e Celso Limongi, presidente do Tribunal de Justiça.
No início da tarde, enquanto
acompanhava a interdição de um
prédio em Pinheiros (zona oeste)
por obra irregular, o prefeito,
quando questionado sobre a corrupção no governo federal, disse
que "para quem sempre se propôs, como o Lula, fazer o governo
mais honesto da história, sem dúvida nenhuma [a corrupção dominará o debate eleitoral]".
Sobre a palestra de FHC, para o
qual Lula será cobrado e terá de se
"explicar o tempo todo" durante a
disputa, Serra disse que "campanha tem de tudo". "Tem de ter a
crítica não-destrutiva. E tem de
ter proposta, mas é óbvio que você tem de cobrar o cumprimento
ou não das esperanças que foram
despertadas em 2002. É evidente."
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