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FUNDO DE PENSÃO
Relatório deverá mostrar desvios para fins políticos
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O sub-relator de fundos de pensão da CPI dos Correios, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), pretende apresentar
em seu relatório final um cruzamento das datas das aplicações financeiras feitas por fundos de
pensão nos bancos Rural e BMG
com os repasses do "mensalão".
O objetivo é mostrar o suposto
desvio de dinheiro de entidades
de previdência patrocinadas por
estatais para fins políticos. "Que
houve utilização de recursos de
fundos de pensão para atender interesses políticos, não tenho dúvida, propriamente para abastecer
o "valerioduto", ainda tenho um
caminho a percorrer", afirmou
ACM Neto.
Os dois bancos emprestaram,
em 2003 e 2004, um total de R$ 55
milhões ao publicitário Marcos
Valério de Souza, que foram repassados ao PT.
Parte do dinheiro utilizado para
a suposta compra de apoio parlamentar pelo governo e para o caixa dois de campanhas eleitorais
foi sacado de agências do Rural
em Brasília, Belo Horizonte e São
Paulo.
Operações suspeitas
Uma das operações consideradas suspeitas pela CPI é a aplicação de R$ 29,5 milhões, somente
em 2005, feita pela Prece, fundo
de pensão da Cedae (Companhia
Estadual de Águas e Esgoto do
Rio de Janeiro) em CDBs (títulos
privados) do Banco Rural. O
montante representa 49,4% de todos os investimentos desse tipo
feitos pelo fundo naquele ano.
O Banco Rural foi classificado,
de 2000 a 2004, como "Ba" no rating Moody's -índice de risco
para investimentos-, o que representa crédito com risco substancial. Em 2005, após o escândalo do "mensalão", o Rural foi rebaixado para "B" -alto risco.
Segundo parlamentares, o gerente de investimentos da Prece,
Paulo Martins, disse em depoimento a portas fechadas no início
do mês que essas aplicações no
Rural foram zeradas em novembro do ano passado. Dirigentes
tanto do Rural como do BMG negam que tenham participado de
esquema para desviar recursos
públicos para partidos políticos.
Relatórios preliminares da CPI
já apontaram perda de R$ 729 milhões, entre 2000 e 2005, de 14 fundos em operações na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) e
de R$ 75,9 milhões em negociações com títulos públicos.
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