|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TODA MÍDIA
Nelson de Sá
Google entre nós
Foi um "show de marketing", comentou o "Valor"
já em seu enunciado. Os dois
fundadores do Google baixaram
anteontem no Brasil com camisetas que misturavam o amarelo
da seleção com o logotipo da gigante de busca.
Nada que pudesse lembrar os
logos críticos que correm pela
web, associando a empresa à
censura chinesa.
Segundo o jornal, para além
do show, pouco se falou sobre a
chegada e os planos da Google
para o Brasil:
- O motivo da visita ficou
oculto.
Mas Sergey Brin, um dos dois,
ao menos respondeu sobre a
questão chinesa:
- Conversei com entidades
[chinesas] de direitos humanos
e todas concordaram que é melhor a Google participar [da rede] na China, mesmo com restrições, do que não participar de
forma nenhuma.
E tome elogios diplomáticos
ao Brasil, em comparação com a
China "restritiva":
- A China é um mercado
atraente, mas muito complexo
de operar porque há fortes restrições legais, coisa que não encontramos no Brasil.
No destaque da "Gazeta Mercantil", a dupla teria ido além e
espalhado que "o Brasil é a estrela dos BRICs", ou seja, seria
mais atraente do que a Rússia, a
Índia e a China.
As agências Reuters e Bloomberg, que também cobriram o
show, sublinharam os elogios da
Google ao "mercado aberto" e à
perspectiva de crescimento da
web no país.
Nos sites brasileiros voltados à
internet, não faltaram referências nem mesmo aos elogios lançados por Brin aos brasileiros,
"gente muito simpática".
Ao que importa. Na avaliação
do "Valor":
- A dupla deixou claro que o
desafio, no país, é popularizar as
principais ferramentas, caso dos
softwares AdSense e AdWords,
que ajudam anunciantes e empresas a entrar na rede de publicidade da Google.
Segundo a Reuters acresce que
"o celular é a chave":
- A aposta da Google para o
Brasil e o México, países em que
fez investidas recentes, é usar a
grande massa de celulares, já
que a base de internautas cresce,
mas ainda é menor que o mercado de telefonia móvel.
No esforço de deixar "oculto o
motivo da visita", no dizer do
"Valor", Larry Page, a outra face
da dupla, chegou a declarar que
estava no país porque dias antes,
no Fórum Econômico Mundial,
em Davos, havia se surpreendido "com a liderança do Brasil no
uso de etanol".
Os dois até visitaram uma usina de álcool no interior de São
Paulo, horas antes.
As agências nem mencionaram a história e a cobertura on-line ironizou. Mas talvez o etanol não seja assunto tão fora de
contexto ou apenas "politicamente correto", como se lia ontem na cobertura.
Pelo que destacou o "New
York Times", a produção de
biocombustíveis, tão cara ao
Brasil de Lula e Dilma Rousseff,
estaria no centro do esperado
pronunciamento de George W.
Bush sobre o "estado da união",
na madrugada.
Nem etanol nem a visita. A
manchete sobre a Google, nos
sites dos EUA, foi o tombo no
valor das ações após o anúncio
de lucro abaixo das expectivas,
no final de 2005. Na reportagem
no Yahoo News, "bem abaixo
das expectativas".
Fabiano Cerchiari/"Valor"
|
Larry Page (à esq.) e Sergey Brin, os bilionários fundadores da Google, no "show de marketing" |
TV está morta
Do "Hollywood Reporter",
uma referência na cobertura de
cinema e TV nos EUA:
- A televisão está morta. Vida
longa à televisão.
É um estudo da IBM, que
aponta como o consumidor
americano, que já havia trocado
as redes pelos "nichos" da TV
paga, está agora partindo para a
"audiência individualizada" e
"on-demand".
É a web TV. Falando ontem ao
"Guardian" e outros, o "guru"
Mark Burnett, idealizador dos
"reality shows" "Apprentice" e
"Survivor" e que prepara outro
na AOL, divulgou novo oráculo,
que foi para o título:
- A internet é o novo horário
nobre.
Vereadores
A estiagem parece não ter fim
em Brasília. Os blogs, nascidos
da crise, estão em ritmo lento ou
virtualmente suspensos.
As manchetes dos sites ecoam
aquilo que os parlamentares, a
esta altura, decidiram não fazer.
Na Folha Online, à noite, "CPI
dos Bingos aprova relatório sem
citar Palocci". Outros mudam
de assunto, para o Oscar ou o
aumento do gás.
Nos telejornais, a manchete da
Band foi para um "acidente com
ônibus de romeiros em Minas".
A do "JN", em conflito com a
Record, para uns vereadores em
férias com dinheiro público.
@ - nelsondesa@folhasp.com.br
Texto Anterior: Caso Celso Daniel: Jovem muda versão sobre assassinato Próximo Texto: Panorâmica - Religião: Beatificação de padre será em Belo Horizonte Índice
|