São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

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Eleitos vão comandar R$ 5,9 bi e poderão interferir em 2010

Modo como for definida a pauta de votação na Câmara e no Senado pode fortalecer candidato de Lula ou ajudar oposição

Congressistas também vão às urnas para escolher 20 colegas responsáveis por administrar toda a estrutura do Poder Legislativo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os vitoriosos da disputa, amanhã, pelas presidências da Câmara e do Senado, vão assumir o comando do Congresso com orçamento de R$ 5,9 bilhões para assegurar o trabalho dos 594 parlamentares e gerenciar uma verdadeira "cidade".
Os recursos reservados para bancar com o custo médio mensal de R$ 114.880,44 por deputado e de R$ 35.312,09 por senador são maiores que os orçamentos aprovados por oito Estados do Norte e do Nordeste. São superiores até mesmo à soma dos orçamentos do Acre e do Amapá, que contam neste ano com R$ 3 bilhões e R$ 2,4 bilhões, respectivamente.
No entanto, a eleição coloca em jogo muito mais que a disputa por um orçamento bilionário e o controle de 21,3 mil funcionários. Ao ditar o ritmo de votações e discussões da Câmara e do Senado, os comandantes das duas Casas podem interferir na eleição presidencial de 2010.
Se as matérias de interesse do governo forem colocadas em pauta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá mais facilidade de emplacar seu sucessor. Por outro lado, se as propostas não andarem, a oposição ganha força e argumentos para endurecer o discurso de que é necessário mudar, avaliam petistas e tucanos.

Alencar
O frágil estado de saúde do vice-presidente José Alencar, que continua hospitalizado, se recuperando de uma complexa cirurgia, também dá um peso diferenciado à eleição.
Ao escolherem o novo comandante da Câmara, os deputados definem quem será o substituto imediato do presidente e do vice-presidente da República. Com Alencar licenciado e Lula fora do país, o deputado eleito amanhã se torna o próximo nome na linha sucessória.
Além de elegerem seus novos presidentes, deputados e senadores vão às urnas para escolher 20 colegas responsáveis por administrar toda a estrutura do Congresso. Serão eles que vão assinar contratos para obras e serviços, cuidar dos 504 apartamentos funcionais e controlar os gastos e as faltas dos próprios pares.
Todo esse trabalho em troca de gabinetes especiais e cargos extras para os integrantes da Mesa. Um deputado pode contratar de 5 a 25 assessores. Um senador tem direito a 8 servidores do quadro permanente e 11 comissionados. Uma vez ocupando cargo na Mesa, o número de funcionários pode ser até cinco vezes maior.
Depois da eleição, a disputa e os acordos entre os congressistas continuam. Será a hora de definir os presidentes e vice-presidentes das comissões permanentes, que também têm direito a cargos e verba extra.
Na Câmara, por exemplo, são 20 comissões que asseguram ajuda de custo com postagem e telefonia R$ 1.700 maior que os R$ 4.200 que os deputados têm direito normalmente.
(FERNANDA ODILLA)


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