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Eleitos vão comandar R$ 5,9 bi e poderão interferir em 2010
Modo como for definida a pauta de votação na Câmara e no
Senado pode fortalecer candidato de Lula ou ajudar oposição
Congressistas também vão
às urnas para escolher 20
colegas responsáveis por
administrar toda a estrutura
do Poder Legislativo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os vitoriosos da disputa,
amanhã, pelas presidências da
Câmara e do Senado, vão assumir o comando do Congresso
com orçamento de R$ 5,9 bilhões para assegurar o trabalho
dos 594 parlamentares e gerenciar uma verdadeira "cidade".
Os recursos reservados para
bancar com o custo médio
mensal de R$ 114.880,44 por
deputado e de R$ 35.312,09 por
senador são maiores que os orçamentos aprovados por oito
Estados do Norte e do Nordeste. São superiores até mesmo à
soma dos orçamentos do Acre e
do Amapá, que contam neste
ano com R$ 3 bilhões e R$ 2,4
bilhões, respectivamente.
No entanto, a eleição coloca
em jogo muito mais que a disputa por um orçamento bilionário e o controle de 21,3 mil
funcionários. Ao ditar o ritmo
de votações e discussões da Câmara e do Senado, os comandantes das duas Casas podem
interferir na eleição presidencial de 2010.
Se as matérias de interesse
do governo forem colocadas em
pauta, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva terá mais facilidade de emplacar seu sucessor.
Por outro lado, se as propostas
não andarem, a oposição ganha
força e argumentos para endurecer o discurso de que é necessário mudar, avaliam petistas e
tucanos.
Alencar
O frágil estado de saúde do
vice-presidente José Alencar,
que continua hospitalizado, se
recuperando de uma complexa
cirurgia, também dá um peso
diferenciado à eleição.
Ao escolherem o novo comandante da Câmara, os deputados definem quem será o
substituto imediato do presidente e do vice-presidente da
República. Com Alencar licenciado e Lula fora do país, o deputado eleito amanhã se torna
o próximo nome na linha sucessória.
Além de elegerem seus novos
presidentes, deputados e senadores vão às urnas para escolher 20 colegas responsáveis
por administrar toda a estrutura do Congresso. Serão eles que
vão assinar contratos para
obras e serviços, cuidar dos 504
apartamentos funcionais e
controlar os gastos e as faltas
dos próprios pares.
Todo esse trabalho em troca
de gabinetes especiais e cargos
extras para os integrantes da
Mesa. Um deputado pode contratar de 5 a 25 assessores. Um
senador tem direito a 8 servidores do quadro permanente e 11
comissionados. Uma vez ocupando cargo na Mesa, o número de funcionários pode ser até
cinco vezes maior.
Depois da eleição, a disputa e
os acordos entre os congressistas continuam. Será a hora de
definir os presidentes e vice-presidentes das comissões permanentes, que também têm direito a cargos e verba extra.
Na Câmara, por exemplo, são
20 comissões que asseguram
ajuda de custo com postagem e
telefonia R$ 1.700 maior que os
R$ 4.200 que os deputados têm
direito normalmente.
(FERNANDA ODILLA)
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