São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Nas nuvens

Pesquisa do instituto Ipsos realizada nas principais regiões metropolitanas aponta 79% de opinião favorável ao PAC, conjunto de iniciativas anunciado pelo governo em janeiro à espera de tramitação no Congresso. Para 82% dos entrevistados, o programa ajudará o país a crescer. Um contingente menor, porém expressivo (55%), considera também que o PAC será capaz de gerar emprego. A maioria (65%) acha que se trata de um programa "de verdade", com medidas concretas para acelerar o crescimento, contra 30% para os quais se trata apenas "de uma boa conversa do governo". Com tamanha expectativa positiva, não espanta que Lula pareça pouco incomodado com a aflição dos que esperam por uma vaga em seu ministério.

Polêmica. Dentre as medidas do PAC, a que mais divide opiniões é a de usar recursos do FGTS para financiar investimentos de infra-estrutura: 53% a favor; 43% contra.

Minutagem. Ao sair da reunião de governadores com os presidentes das Casas do Congresso, Sérgio Cabral (PMDB-RJ) brincou que ele e Paulo Hartung (PMDB-ES) mal abriram a boca: "O Serra e o Aécio queriam ver quem falava mais. Um cronometrou o tempo do outro".

Me aguardem. Serra, que no passado comprou briga com as multinacionais farmacêuticas, dá mostras de que pretende fazer o mesmo com as telefônicas para que se responsabilizem financeiramente pelo bloqueio de celulares nos presídios: "Essas empresas ganham muito dinheiro. Está na hora de contribuírem para o país", disse na reunião.

Trombone. Aécio chamou de "armadilha" a proposta de transferir a cobrança do ICMS para o Estado de destino da mercadoria. "Levamos 14 propostas antes do Carnaval e até agora o governo não se manifestou. Se quer discutir reforma tributária, seria elegante pelo menos nos dizer antes o que pretende."

Magoado. "Eu não sabia que o Mercadante era tão deselegante." Desabafo de Henrique Meirelles a um petista, depois do tratamento que lhe foi dispensado pelo presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado em audiência pública anteontem.

Defecções. Depois da adesão do deputado "renanzista" Eunício Oliveira (CE), aliados de Michel Temer dão como certos os votos do grupo do senador Jarbas Vasconcelos (PE), que por ora declara apoio a Nelson Jobim na disputa pelo comando do PMDB.

Sem mediação. Em busca de votos pró-Jobim, soldados de Renan Calheiros frisam para seus correligionários que se trata do candidato do presidente da República. "Tá bom, então manda o Lula ligar pra mim", desafiou um deputado.

Estaca zero. Subiu no telhado a tentativa do consórcio PT-PMDB de colocar José Carlos Araújo (PR-BA) à frente do Conselho de Ética da Câmara. Agora o PMDB quer a vaga para compensar Wilson Santiago (PB), vencido na disputa pela primeira secretaria.

Chapa branca. A comissão parlamentar que investiga o acidente nas obras do metrô em São Paulo encerrará dia 7 a fase de depoimentos sem ter ouvido o ex-presidente da empresa, que caiu durante a crise, o atual secretário de Transportes Metropolitanos e o ex-secretário da pasta.

Sem minhocão. Em reunião fechada com vereadores paulistanos, o secretário estadual de Planejamento, Francisco Luna, descartou de vez a construção de pistas elevadas nas marginais da capital, que deverão ser pedagiadas. O custo chegaria a R$ 3 bi.

Calma lá. O PT tentou ontem arrancar de Vaz de Lima, futuro presidente da Assembléia paulista, o compromisso de manter a sigla no comando da CCJ. Sem o aval de José Serra, o tucano prometeu apenas "respeitar" o pleito.

Tiroteio

"Não adianta ser radical nos adjetivos e na hora de enfrentar a questão central -a política de juros que paralisa o país- aceitar passivamente a mediocridade".
Do deputado JUTAHY JÚNIOR (PSDB-BA) sobre os rasgados elogios feitos pelo líder de seu partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), à gestão de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central.

Contraponto

Bilhete azul

Em 1998, Mario Covas disputava a reeleição em situação desfavorável. Atrás de Paulo Maluf (PP) nas pesquisas de intenção de voto, o tucano tinha freqüentes explosões de irritação com seus subordinados.
Certo dia, Covas notou que o "clipping" diário de notícias estava muito menor do que o habitual. No final do papelório, uma mensagem: "Não terminamos de imprimir porque faltou o toner". Na hora, o governador ligou para Sergio Kobayashi, à época na Imprensa Oficial:
-Olhe, se esse tal de Toner não tiver uma boa justificativa, você pode demiti-lo imediatamente!


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