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Painel
Tá bem de amigos
Quem esteve com FHC anteontem no Planalto ouviu que
ele achou um erro os governistas
do PMDB terem abandonado
Brasília na semana passada. Para
o presidente, a mobilização para
a convenção do próximo domingo não deveria ter parado.
Conhece o velho MDB
FHC avalia que os oposicionistas do PMDB cresceram nos últimos dias no vácuo deixado pelos
governistas. O maior temor presidencial, segundo um interlocutor, é o adiamento da decisão.
Conhece o antecessor
O presidente acha que é inteligente a estratégia de Itamar de se
apresentar como vítima na convenção. Considera forte o apelo
para que os convencionais dêem
uma chance a alguém que estaria "lutando para que o PMDB
conquiste o Planalto".
Tente adivinhar
FHC deu a um interlocutor anteontem a impressão de que não
sabe o que fará se os governistas
perderem a convenção do
PMDB. Se mantiver a tradição, o
presidente acabará compondo.
Óleo de peroba
Um cacique do PMDB agora
fala que prefere que os governistas não vençam por grande
maioria a convenção do próximo domingo. Diz que poderia
negociar mais concessões do
Planalto até junho, alegando ser
preciso aumentar a maioria.
Firme como uma rocha
O ministério de FHC tem pelo
menos um cliente de Sérgio Naya (PPB), dono da construtora
Sersan: Raimundo Brito (Minas
e Energia), que comprou e mora
num apartamento construído
pelo deputado. Detalhe: Naya
reside no mesmo prédio.
Sorbonne em desespero
Depois de assistir o "Globo Repórter" de anteontem, um tucano fazia piada ao telefone. "Os
intelectuais do PSDB não vão
gostar do que passou no programa: quem tem mais escolaridade tem menos relações sexuais."
Para inglês ver
O debates entre Marta Suplicy
e Renato Simões, pré-candidatos do PT ao governo (SP), têm
provocado sono. Simões não
tem chance e prefere a deputada
a alguém da máquina partidária.
Favorita, ela não quer marola.
Barrado no baile
No PMDB, há quem ache que a
recente oposição de Paulo Afonso (SC) a FHC se deve às manobras do partido para impedi-lo
de disputar a reeleição. Só ele
iria ficar de fora da festa.
Já chega o Maluf
Os principais líderes do PFL
estão articulando um desembarque maciço em São Paulo no dia
10 de março para prestigiar a
posse de Afif Domingos como
secretário de Pitta. O prefeito
não está gostando dessa história
de que ele vem para mandar.
Caso de amor
Um dos celulares usados por
Maluf tem a seguinte mensagem
na secretária eletrônica: "O sistema celular funciona muito mal
no Brasil. Pior que ele, só mesmo o ministro (Serjão). Tente
novamente mais tarde".
Imunidade parlamentar
Dizem que Sérgio Naya (PPB),
suspeito de cometer ilegalidades
em diversas áreas, não se candidatou a deputado federal para
ter um mandato, mas sim um
habeas corpus preventivo.
Operação canguru
Pela 1ª vez desde 85, a Embratur organiza uma missão comercial à Austrália. "Sem ação oficial, tem crescido o turismo australiano no Brasil. A missão, em
abril, tende a aumentar isso",
diz Alfredo Spínola (Câmara de
Comércio Brasil-Austrália).
O exemplo vem de cima
Convicção firmada entre os
técnicos que tratam da dívida
dos Estados: ela aumentou porque a União afrouxou os cordões. Sempre que é pressionado
pelos governadores, FHC cede.
Pode ficar pior no ano eleitoral.
Preparando terreno
São Paulo deve fechar suas
contas de 97 com superávit primário ligeiramente abaixo do
previsto, segundo dados preliminares do Ministério da Fazenda. Houve queda de receita, mas
a folha de pessoal caiu bastante.
TIROTEIO
Do secretário-geral do PSDB,
Arthur Virgílio (AM), bombardeando articulação para aliança
entre Cesar Maia (PFL) e Marcello Alencar (PSDB) no Rio:
- Cesar Maia é um doidivanas que começou nas perdas internacionais e agora está no liberalismo mais completo. Com ele
não há acordo.
CONTRAPONTO
Jânio e seu jeito fino de ser
Os amigos do presidente Jânio
Quadros gostam de contar uma
história para mostrar que, mesmo fora do poder, ele mantinha
o sarcasmo e empáfia.
No começo da década de 70, a
Companhia Telefônica Brasileira lançou o serviço DDD (Discagem Direta a Distância), inicialmente entre as cidades de São
Paulo, Rio de Janeiro e Porto
Alegre.
Quando a novidade entrou em
funcionamento, o então ex-governador do Estado da Guanabara Carlos Lacerda ligou, do
Rio, para Jânio, em São Paulo:
- Veja, o Rio continua o centro da cultura e da tecnologia.
Agora, disco os números e falo
direto com você em São Paulo.
Jânio, que a exemplo de Lacerda tivera os direitos políticos
cassados pelo regime militar, retrucou, com o famoso sotaque:
- Carlos, nós aqui de São
Paulo não temos nada a tratar
com vocês aí do Rio.
E, antes que Lacerda pudesse
responder, bateu o telefone.
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