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No Senado, líder do PT insinua ação de Serra no caso Waldomiro
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em pronunciamento da tribuna
do Senado, a líder do PT na Casa,
senadora Ideli Salvatti (SC), insinuou ontem uma suposta relação
entre o presidente do PSDB, José
Serra, com o subprocurador da
República José Roberto Santoro e
com a revelação do caso Waldomiro Diniz.
Para fazer a conexão, a senadora
leu trechos de um discurso feito
pelo atual presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), em 21
de março de 2002, no qual o subprocurador José Roberto Santoro
é identificado como integrante da
"tropa de choque de Serra no aparato policial e de investigação".
"Esse discurso do senador Sarney, longo, duro, firme, contundente, traz elementos históricos
fundamentais para que nós possamos entender o que vimos ontem [anteontem] na TV", afirmou Ideli, referindo-se à conversa
entre Santoro e o empresário de
jogos Carlos Cachoeira.
Na ocasião do discurso de Sarney, a candidatura à Presidência
da República da então governadora e hoje senadora Roseana
Sarney (PFL-MA), sua filha, foi
derrubada após operação da Polícia Federal na empresa Lunus, de
propriedade do marido dela, Jorge Murad, durante a qual foram
encontrados R$ 1,3 milhão em
notas de R$ 50. Os jornais estamparam a foto do dinheiro.
Sarney fez discurso estabelecendo vínculos entre Serra, então
candidato do PSDB a presidente,
e a operação da Polícia Federal
que tirou Roseana da disputa.
Fez isso recorrendo a reportagens da época que mostravam a
relação de Serra com o delegado
da Polícia Federal Marcelo Itagiba
e com o subprocurador Santoro
- que teria coordenado informalmente o pedido de busca e
apreensão de documentos na Lunus, de acordo com o noticiário.
O presidente do PT, José Genoino, disse que setores minoritários
do Ministério Público politizaram
suas ações e defendeu que o órgão
"corte em sua própria carne".
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), também
cobrou investigação. "Esse negócio de espionagem, grampo, é um
tipo de política que deveria ser
abandonado", afirmou.
Deputados governistas e da
oposição se revezaram ontem nos
microfones do plenário da Câmara para falar sobre o assunto. A
oposição defendeu o argumento
de que a gravação divulgada anteontem só reforçaria a necessidade de instalação de uma CPI, idéia
combatida pelo governo.
Colaborou RANIER BRAGON, da Sucursal de Brasília
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