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Polícia suspende inquérito do caso; denúncia foi "apressada", diz Bastos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal suspendeu
ontem o inquérito sobre o caso
Waldomiro Diniz, ex-subchefe de
Assuntos Parlamentares da Presidência. O órgão decidiu enviar a
documentação à Justiça Federal
para embasar a denúncia já feita
pelo Ministério Público Federal.
Segundo o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, a denúncia "foi feita apressadamente".
"Nesse caso existe ainda um outro detalhe que precisa ser apurado, que é a denúncia que foi feita
apressadamente quando o inquérito não tinha ainda terminado,
quando nem sequer a sindicância
do Palácio do Planalto tinha sido
juntada aos autos e entregue ao
promotor de Justiça", afirmou.
O delegado responsável pela investigação, Antônio César Fernandes Nunes, confirmou ontem
que o inquérito foi interrompido
antes de sua conclusão. "Essas
provas [produzidas até agora]
não são conclusivas. O inquérito
não foi concluído, resta fazer perícia, analisar as quebras de sigilo."
A investigação da PF teve início
no dia 13 de fevereiro a pedido de
Bastos. O objetivo era investigar a
conduta de Waldomiro enquanto
exerceu o cargo de subchefe do
ministro José Dirceu (Casa Civil).
Na segunda-feira, o procurador
Marcelo Serra Azul ofereceu uma
denúncia de gestão temerária
contra a diretoria da Caixa Econômica Federal e Waldomiro.
Com a denúncia à Justiça, o inquérito fica suspenso.
"Uma denúncia que foi feita
contra diretores da Caixa, contra
diretores da GTech [empresa que
gerencia o sistema lotérico do
país] e contra o sr. Carlos Cachoeira. Os diretores da Caixa, a
maioria deles não tinha sequer sido ouvida. Faltam laudos, faltam
testemunhas para serem ouvidas
nesse inquérito", disse o ministro
da Justiça.
Na mesma denúncia, Serra Azul
pede o perdão judicial para o empresário de jogos Carlos Augusto
de Almeida Ramos, o Carlinhos
Cachoeira.
O pedido foi questionado pelo
ministro da Justiça após a divulgação de uma conversa de Cachoeira com o subprocurador-geral da República José Roberto
Santoro. No diálogo, Santoro insiste para obter do empresário
uma fita de vídeo de 2002 que
compromete Waldomiro Diniz.
"Saiu uma denúncia na qual, estranhamente, propõe-se o perdão
judicial ao sr. Carlos Cachoeira.
Por quê? Porque ele teria colaborado espontaneamente? Basta
olhar a transcrição dessa fita no
"Jornal Nacional" para ver que
não, ao contrário, ele foi pressionado a noite inteira, até as três horas da manhã", disse Bastos.
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