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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO
Para Mercadante, Serra cometeu "estelionato eleitoral"; Marta afirma que transferência do cargo para Kassab terá peso nas eleições
Petistas criticam abandono da prefeitura
EPAMINONDAS NETO
FAUSTO SALVADORI FILHO
DA FOLHA ONLINE
A ex-prefeita Marta Suplicy e o
senador Aloizio Mercadante, pré-candidatos do PT ao governo de
São Paulo, criticaram o tucano José Serra, que deixou ontem a prefeitura para disputar as eleições
de outubro. Unidos nas crítica, os
petistas disseram que Serra traiu
os eleitores paulistanos ao descumprir a promessa de campanha de terminar o mandato de
prefeito para disputar o governo.
Para Mercadante, Serra cometeu um "estelionato eleitoral".
"Serra disse em todas as oportunidades [durante a campanha]
que não sairia da prefeitura para
ser candidato. Ele desrespeitou
completamente os eleitores e foi
contra o valor mais importante
que o homem público pode ter,
que é sua palavra", afirmou.
Marta atacou o fato de Serra ter
deixado a prefeitura com Gilberto
Kassab. "Abandonar a prefeitura
nessa circunstância nas mãos de
Kassab, que ninguém conhece,
que é do PFL e não tem representatividade, não tem como isso não
pesar", disse a ex-prefeita petista.
Mercadante também disparou
contra Kassab. "A cidade está
condenada a ter um prefeito que
não elegeu e jamais elegeria. Kassab foi o homem forte do [ex-prefeito] Celso Pitta." Ele ainda fez
um trocadilho com os nomes de
Kassab e Serra. "Com Serra, a
gente nun-Kassab."
Prévia
O discurso de Marta e Mercadante não tem o mesmo afinamento quando o assunto é a prévia do PT, marcada para 7 de
maio. Marta defende a antecipação da prévia. "Acharia interessante o PT poder antecipar [a escolha]", disse a ex-prefeita.
O argumento de Marta para antecipar a escolha do candidato ao
Palácio dos Bandeirantes é a vantagem de Serra na última pesquisa
Datafolha, que mostrou o tucano
vencendo no primeiro turno: "O
quadro é mais difícil agora. Serra
é um candidato mais forte, já foi
candidato à Presidência".
Mas a ex-prefeita sinalizou que
não irá brigar pela antecipação, já
que Mercadante é a favor da manutenção da data. "O candidato
Mercadante não quer essa antecipação. Então ninguém vai fazer
um cavalo de batalha disso."
Segundo Mercadante, "a data
das prévias foi decidida num encontro do partido e o Diretório
Nacional deve mantê-la", disse.
Apoio de Lula
Mercadante disse que sua candidatura ao governo paulista tem
o apoio do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva: "O presidente Lula
tem manifestado a todos que conversam com ele a avaliação que eu
deveria ser candidato por São
Paulo". Segundo ele, a maioria do
partido o apóia: "Dos 58 prefeitos
petistas, 53 já assinaram manifesto em apoio ao meu nome". Ele
declarou ainda que tem o apoio
de 95% dos sindicatos ligados à
Central Única dos Trabalhadores
e da maior parte das bancadas federal e estadual, e que seu nome
tem menor rejeição: "Tenho uma
rejeição bastante baixa, o que é
fundamental numa campanha".
Contudo, apesar de sua pré-candidatura, ele afirmou que,
atendendo a um pedido de Lula,
ele permanecerá como líder do
governo no Senado: "Vai ser difícil para a minha pré-candidatura,
mas espero que a coisa em Brasília ande". Por outro lado, o senador acredita que o envolvimento
direto com o governo pode ser
um trunfo, já que a campanha, segundo ele, deve se concentrar no
debate do cenário federal.
"O debate nacional, a comparação dos oito anos do governo Fernando Henrique com os três anos
do governo Lula, é a discussão
mais importante desta campanha", afirmou. "A experiência no
governo me permite debater o governo Lula em todas as áreas."
Mercadante também disse que a
candidatura do tucano Geraldo
Alckmin (PSDB) à Presidência da
República representa "a volta dos
que saíram". "A equipe econômica com que Alckmin tem conversado é a mesma que governou o
país durante o governo FHC."
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