São Paulo, sábado, 01 de abril de 2006

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Na posse, Lembo critica governo Lula e diz que Estado de Direito corre "risco"

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

Coube a Cláudio Lembo (PFL), que assumiu ontem o governo de São Paulo, fazer as críticas mais contundentes contra o governo Lula nos dois discursos que fez ontem em razão da transferência do cargo que recebeu do pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB). Lembo afirmou que o Estado de Direito no país está em risco, em uma referência à violação do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Mais tarde, enalteceu Alckmin, dizendo esperar que o Brasil "possa ser resgatado por esse homem".
Em seu discurso de posse na Assembléia Legislativa, pela manhã, Lembo prometeu respeitar o Estado de Direito, "capaz de contemplar os direitos naturais das pessoas". Aos jornalistas confirmou que a declaração foi uma "forma elegante" de destacar a importância do tema.
"O Estado de Direito está em risco no Brasil. Quando a intimidade é agredida, há um perigo."
A crítica indireta ao governo Lula, que nesta semana viu cair o ministro Antonio Palocci, envolvido na violação do sigilo do caseiro, foi acompanhada, de manhã, de elogios a Alckmin. Durante o discurso, disse que o "exemplo" do tucano é "indelével".
"Sucedo Geraldo Alckmin, que pautou seu governo por um profundo respeito à lei e à ética."
Alckmin não foi na cerimônia na Assembléia. Lembo foi acompanhado por lideranças do PFL, mas não por todas. Estavam lá o presidente da sigla, senador Jorge Bornhausen (SC), e os senadores Marco Maciel (PE), Heráclito Fortes (PI) e Romeu Tuma (SP).
Gilberto Kassab, que assumiu ontem a Prefeitura de São Paulo, também foi à cerimônia. Lembo e Kassab herdaram os maiores Orçamentos do país, após o da União, sem nunca terem visto o PFL vencer uma eleição no Estado como cabeça de chapa.
Não foram aos eventos o prefeito do Rio, Cesar Maia e os senadores Antônio Carlos Magalhães (BA) e José Agripino (RN), cotado para ser vice de Alckmin.
O tucano se encontrou com Lembo por volta das 13h no Palácio dos Bandeirantes. Duas horas depois, transferiu o cargo ao pefelista. Nos discursos, se uniram na crítica indireta ao governo Lula e no tom de campanha.
Lembo discursou antes de Alckmin. "Espero que o Brasil possa ser resgatado por esse homem, que, posso dizer, é exemplar".
O tucano lembrou do ajuste fiscal que o governador Mario Covas (morto em 2001) promoveu, falou da necessidade de mudança no país e disse que iniciava uma jornada e não uma batalha. Antes, se disse um homem de sorte por ter se casado com "dona Lu".

Secretariado
Lembo nomeou nove novos secretários. Hoje está prevista uma reunião pela manhã com toda a equipe. Homens de confiança de Geraldo Alckmin, Arnaldo Madeira (Casa Civil) e Gabriel Chalita (Educação) deixaram os cargos. Serão substituídos, respectivamente, por Antonio Rubens Costa de Lara e Maria Lucia Marcondes Carvalhos Vasconcelos.
João Carlos Meirelles deixa a Ciência e Tecnologia para Maria Helena Guimarães de Castro. Ela ocupava a pasta de Assistência Social, que ficou com Rogério Pinto Coelho Amato.
Na secretaria de Justiça, Eunice de Jesus Prudente, do Procon, assume no lugar de Hédio Silva Júnior. A vaga de Duarte Nogueira (Agricultura) ficou com o adjunto Alberto José Macedo Filho.
Lars Grael (Juventude) também saiu. Antonio de Alcântara Machado Rudge fica na pasta. Marcio Antonio Bueno entrou na vaga de Emanoel Fernandes (Habitação), enquanto Fernando Carvalho Braga ficou, na Economia, com o lugar de Martus Tavares.


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