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Na posse, Lembo critica governo Lula e diz que Estado de Direito corre "risco"
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
Coube a Cláudio Lembo (PFL),
que assumiu ontem o governo de
São Paulo, fazer as críticas mais
contundentes contra o governo
Lula nos dois discursos que fez
ontem em razão da transferência
do cargo que recebeu do pré-candidato à Presidência Geraldo
Alckmin (PSDB). Lembo afirmou
que o Estado de Direito no país
está em risco, em uma referência à
violação do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Mais
tarde, enalteceu Alckmin, dizendo esperar que o Brasil "possa ser
resgatado por esse homem".
Em seu discurso de posse na Assembléia Legislativa, pela manhã,
Lembo prometeu respeitar o Estado de Direito, "capaz de contemplar os direitos naturais das
pessoas". Aos jornalistas confirmou que a declaração foi uma
"forma elegante" de destacar a
importância do tema.
"O Estado de Direito está em
risco no Brasil. Quando a intimidade é agredida, há um perigo."
A crítica indireta ao governo
Lula, que nesta semana viu cair o
ministro Antonio Palocci, envolvido na violação do sigilo do caseiro, foi acompanhada, de manhã, de elogios a Alckmin. Durante o discurso, disse que o "exemplo" do tucano é "indelével".
"Sucedo Geraldo Alckmin, que
pautou seu governo por um profundo respeito à lei e à ética."
Alckmin não foi na cerimônia
na Assembléia. Lembo foi acompanhado por lideranças do PFL,
mas não por todas. Estavam lá o
presidente da sigla, senador Jorge
Bornhausen (SC), e os senadores
Marco Maciel (PE), Heráclito Fortes (PI) e Romeu Tuma (SP).
Gilberto Kassab, que assumiu
ontem a Prefeitura de São Paulo,
também foi à cerimônia. Lembo e
Kassab herdaram os maiores Orçamentos do país, após o da
União, sem nunca terem visto o
PFL vencer uma eleição no Estado
como cabeça de chapa.
Não foram aos eventos o prefeito do Rio, Cesar Maia e os senadores Antônio Carlos Magalhães
(BA) e José Agripino (RN), cotado
para ser vice de Alckmin.
O tucano se encontrou com
Lembo por volta das 13h no Palácio dos Bandeirantes. Duas horas
depois, transferiu o cargo ao pefelista. Nos discursos, se uniram na
crítica indireta ao governo Lula e
no tom de campanha.
Lembo discursou antes de Alckmin. "Espero que o Brasil possa
ser resgatado por esse homem,
que, posso dizer, é exemplar".
O tucano lembrou do ajuste fiscal que o governador Mario Covas (morto em 2001) promoveu,
falou da necessidade de mudança
no país e disse que iniciava uma
jornada e não uma batalha. Antes,
se disse um homem de sorte por
ter se casado com "dona Lu".
Secretariado
Lembo nomeou nove novos secretários. Hoje está prevista uma
reunião pela manhã com toda a
equipe. Homens de confiança de
Geraldo Alckmin, Arnaldo Madeira (Casa Civil) e Gabriel Chalita (Educação) deixaram os cargos. Serão substituídos, respectivamente, por Antonio Rubens
Costa de Lara e Maria Lucia Marcondes Carvalhos Vasconcelos.
João Carlos Meirelles deixa a
Ciência e Tecnologia para Maria
Helena Guimarães de Castro. Ela
ocupava a pasta de Assistência
Social, que ficou com Rogério
Pinto Coelho Amato.
Na secretaria de Justiça, Eunice
de Jesus Prudente, do Procon, assume no lugar de Hédio Silva Júnior. A vaga de Duarte Nogueira
(Agricultura) ficou com o adjunto
Alberto José Macedo Filho.
Lars Grael (Juventude) também
saiu. Antonio de Alcântara Machado Rudge fica na pasta. Marcio Antonio Bueno entrou na vaga de Emanoel Fernandes (Habitação), enquanto Fernando Carvalho Braga ficou, na Economia,
com o lugar de Martus Tavares.
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