São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gastos de ministros de Lula e FHC chegam à CPI

Governo atende a pedido sobre dados de dez anos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo encaminha hoje à CPI dos Cartões Corporativos parte dos documentos sobre gastos dos ministérios com as contas tipo B (pagamento em dinheiro) e cartões corporativos nos últimos dez anos, o que deve acirrar ainda mais a disputa entre a base aliada e a oposição. O Ministério do Planejamento, por exemplo, reuniu em cem caixas documentos sobre seus gastos, o que inclui notas fiscais e recibos.
Os dados referentes aos ministérios foram pedidos pela CPI. O único requerimento de informação aprovado até agora não inclui dados sigilosos nem da Presidência da República. Mas irá expor gastos de ex-ministros do governo FHC e da atual gestão. A Folha apurou que a expectativa na base aliada é que a divulgação dos dados possa ajudar a tirar o foco do dossiê, elaborado na Casa Civil, que revela gastos da Presidência no governo FHC.
A oposição apresentou requerimento convocando Maria Soledad Castrillo e Erenice Alves Guerra, que deu a ordem para a organização de um dossiê com todos as despesas realizadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sua mulher Ruth e ministros da gestão tucana a partir de 1998. Ambas são subordinadas da ministra Dilma Rousseff.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) também foi ontem à Procuradoria Geral da República reforçar o pedido de abertura de investigação sobre a responsabilidade pela elaboração e vazamento do dossiê.
Os dados que chegarem à CPI passarão por auditoria. A base pede que, se forem encontradas irregularidades, que seja aberto prazo para defesa e, se preciso, o pedido de devolução do dinheiro. "Virão todos os relatórios, não há possibilidade de censura prévia", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), reservou uma sala no Senado para guardar o material. Ela disse que irá colocar em votação na reunião de hoje os requerimentos que pedem informações, inclusive sigilosas. "Vai ser um dia de muita gritaria, mas precisamos de informações para trabalhar."
Entre os que podem ser discutidos hoje está o que pede a convocação de Lurian Cordeiro da Silva, filha do presidente Lula, que teve gastos pagos com o cartão. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), diz que a oposição tenta "fazer barraco".


Texto Anterior: Metodologia: Pesquisa ouve 4.044 pessoas em 159 cidades
Próximo Texto: Líder de sem-terra é assassinado no Paraná
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.