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Gastos de ministros de Lula e FHC chegam à CPI
Governo atende a pedido sobre dados de dez anos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo encaminha hoje à
CPI dos Cartões Corporativos
parte dos documentos sobre
gastos dos ministérios com as
contas tipo B (pagamento em
dinheiro) e cartões corporativos nos últimos dez anos, o que
deve acirrar ainda mais a disputa entre a base aliada e a oposição. O Ministério do Planejamento, por exemplo, reuniu em
cem caixas documentos sobre
seus gastos, o que inclui notas
fiscais e recibos.
Os dados referentes aos ministérios foram pedidos pela
CPI. O único requerimento de
informação aprovado até agora
não inclui dados sigilosos nem
da Presidência da República.
Mas irá expor gastos de ex-ministros do governo FHC e da
atual gestão. A Folha apurou
que a expectativa na base aliada é que a divulgação dos dados
possa ajudar a tirar o foco do
dossiê, elaborado na Casa Civil,
que revela gastos da Presidência no governo FHC.
A oposição apresentou requerimento convocando Maria
Soledad Castrillo e Erenice Alves Guerra, que deu a ordem
para a organização de um dossiê com todos as despesas realizadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sua
mulher Ruth e ministros da
gestão tucana a partir de 1998.
Ambas são subordinadas da
ministra Dilma Rousseff.
O deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP) também foi ontem
à Procuradoria Geral da República reforçar o pedido de abertura de investigação sobre a
responsabilidade pela elaboração e vazamento do dossiê.
Os dados que chegarem à
CPI passarão por auditoria. A
base pede que, se forem encontradas irregularidades, que seja
aberto prazo para defesa e, se
preciso, o pedido de devolução
do dinheiro. "Virão todos os relatórios, não há possibilidade
de censura prévia", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS),
reservou uma sala no Senado
para guardar o material. Ela
disse que irá colocar em votação na reunião de hoje os requerimentos que pedem informações, inclusive sigilosas.
"Vai ser um dia de muita gritaria, mas precisamos de informações para trabalhar."
Entre os que podem ser discutidos hoje está o que pede a
convocação de Lurian Cordeiro da Silva, filha do presidente
Lula, que teve gastos pagos
com o cartão. O líder do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), diz que a oposição tenta "fazer barraco".
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