|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Serra diz que não aceita "roubalheira"
Após longo silêncio, tucano faz o mais duro discurso até então contra Lula e Dilma
Governador encerrou seu discurso com lema que deve nortear fala como candidato na campanha: "Vamos juntos, o Brasil pode mais!"
CATIA SEABRA
BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL
SILVIO NAVARRO
DO PAINEL
Depois de 39 meses de silêncio tático, o governador de São
Paulo e pré-candidato à Presidência, José Serra (PSDB), 68,
lançou-se ontem em confronto
com o governo Lula e sua candidata, Dilma Rousseff (PT).
Em sua despedida do Palácio
dos Bandeirantes, Serra transformou sua prestação de contas, justificativa oficial para o
evento que reuniu 6.000 pessoas na sede do governo, no seu
mais contundente discurso já
feito ao governo federal.
Apresentando-se pela primeira vez como candidato do
PSDB à Presidência, usou termos duros ao pregar a "honra"
como um princípio de seu governo à frente do Estado.
"Aqui não se cultivam escândalos, malfeitos, roubalheira,
mas também porque nunca incentivamos o silêncio da cumplicidade e da conivência com o
malfeito", afirmou, diante de
uma plateia de 1.500 convidados, além de 4.500 pessoas que
assistiam por telões no hall e
nos jardins da sede de governo.
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso não compareceu. À noite, em outro evento, ele disse que não foi porque
está no "limite físico". Foi citado uma vez por Serra, junto
com Mário Covas, Franco
Montoro e Geraldo Alckmin.
Serra -que colocou o ponto
final no texto às 6h- contrapôs
seu governo ao do PT. Ainda
que sem fazer menção ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e ao mensalão, disse que a relação de sua gestão com a Assembleia foi marcada pela transparência em favor do povo.
Dizendo que não discrimina
por coloração partidária, atacou: "A gente serve ao interesse
público, não às máquinas partidárias. Governamos para o povo e não para partidos".
Alvo de manifestações dos
sindicatos, Serra deixou clara a
disposição de colar no PT o rótulo de sectarismo: "Jamais incentivei o confronto gratuito.
Jamais mobilizei falanges de
ódio. [...] E nisso não vou mudar. Ainda que venha a ser alvo
dessas mesmas falanges", disse,
após afirmar que "nunca cedeu
à frivolidade das bravatas".
E falou da campanha ao
anunciar uma nova "etapa":
"Olhando para trás e vendo tudo o que fizemos, sinto ganhar
bastante força para esta etapa
que nos espera. Vou ingressar
nela, vou ingressar nessa etapa
com muita disposição, com
muita força, com muita confiança, muita fé, muita sinceridade e muito trabalho", discursou, com aplausos da plateia.
O governador encerrou seu
discurso citando a frase presente no brasão do Estado de
São Paulo ("Pelo Brasil, façam-se as grandes coisas") e com um
lema que deve nortear seus discursos de candidato: "Vamos
juntos, o Brasil pode mais!"
Texto Anterior: Análise: Perdas e ganhos da desincompatibilização Próximo Texto: Xico Graziano vai coordenar a campanha tucana Índice
|