São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2000


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COMEMORAÇÃO

Presidente FHC assiste a parada naval dos 500 anos no Rio

Sem problemas, caravela de Portugal chega ao Rio e desfila

ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio

Enquanto a réplica da nau capitânia da frota de Pedro Álvares Cabral não conseguiu navegar e acabou se tornando um embaraço para o governo brasileiro, a caravela portuguesa ""Boa Esperança" fez todo o percurso de seu país de origem ao Brasil sem problemas e chegou ontem ao Rio para a parada naval comemorativa dos 500 anos do Descobrimento.
A ""Boa Esperança" é uma caravela semelhante à usada pelos portugueses no primeiro período das navegações. Com 24 metros de comprimento, é menor e mais ágil do que as naus, que tinham 28 metros e começaram a ser construídas quando Portugal intensificou o comércio com a África e as Índias e precisava de navios maiores para transportar mais mercadorias.
A caravela que chegou ontem ao Rio, depois de passar por Recife, Salvador e Santa Cruz Cabrália, foi construída em Portugal em 1990 e custou o equivalente a R$ 2 milhões. A nau capitânia, por sua vez, custou R$ 3,8 milhões.
A ""Boa Esperança", que é mantida por uma escola de navegação sem fins lucrativos, a Aporvela (Associação Portuguesa de Treino de Vela), já havia atravessado o Oceano Atlântico em 1992, para as comemorações dos 500 anos do Descobrimento da América.
Tripulante da ""Boa Esperança", o jornalista João Céu e Silva participou de toda a viagem e escreveu o diário de bordo. Ele disse que a estabilidade da caravela o surpreendeu.
"Quando a vi pela primeira vez, eu não conseguia acreditar que aquele barco ia conseguir atravessar o Atlântico. Mas funcionou perfeitamente", afirma.
Com o sucesso da ""Boa Esperança", está sendo construída em Portugal uma nova caravela, com alguns aperfeiçoamentos. "A nossa primeira caravela também não era tão confiável quanto essa. Ela está hoje na África do Sul, navegou até o Cabo da Boa Esperança e ficou lá em um museu", conta João do Céu.
A parada naval, que reuniu no total 29 veleiros, navios de época e embarcações militares, atraiu ainda mais gente à orla da zona sul do Rio, na manhã ensolarada de ontem. No Leblon, moradores saíram de casa para assistir à passagem dos barcos.
O evento foi realizado em duas etapas. A primeira começou às 9h, na praia do Leblon, e contou com nove veleiros e navios de época, que completaram a última etapa da viagem de Portugal ao Brasil.
A segunda parte da parada começou às 10h, com 20 navios de guerra do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Venezuela, Espanha, Holanda, Reino Unido, Polônia e África do Sul.
As embarcações seguiram por toda a orla da cidade, entrando depois na baía de Guanabara. Ao fim da parada, os navios perfilaram-se em frente à Escola Naval, saudando o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Depois da parada, FHC embarcou no mesmo helicóptero que o havia trazido e viajou de volta à base da Marinha na restinga de Marambaia (zona oeste do Rio), onde está passando o fim-de-semana prolongado.


Colaborou a Sucursal do Rio


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