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COMEMORAÇÃO
Presidente FHC assiste a parada naval dos 500 anos no Rio
Sem problemas, caravela de Portugal chega ao Rio e desfila
ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio
Enquanto a réplica da nau capitânia da frota de
Pedro Álvares Cabral não conseguiu navegar e
acabou se tornando um embaraço para o governo brasileiro, a
caravela portuguesa ""Boa Esperança" fez todo o percurso de
seu país de origem ao Brasil sem
problemas e chegou ontem ao
Rio para a parada naval comemorativa dos 500 anos do Descobrimento.
A ""Boa Esperança" é uma caravela semelhante à usada pelos
portugueses no primeiro período das navegações. Com 24 metros de comprimento, é menor e
mais ágil do que as naus, que tinham 28 metros e começaram a
ser construídas quando Portugal intensificou o comércio com
a África e as Índias e precisava
de navios maiores para transportar mais mercadorias.
A caravela que chegou ontem
ao Rio, depois de passar por Recife, Salvador e Santa Cruz Cabrália, foi construída em Portugal em 1990 e custou o equivalente a R$ 2 milhões. A nau capitânia, por sua vez, custou R$ 3,8
milhões.
A ""Boa Esperança", que é
mantida por uma escola de navegação sem fins lucrativos, a
Aporvela (Associação Portuguesa de Treino de Vela), já havia atravessado o Oceano Atlântico em 1992, para as comemorações dos 500 anos do Descobrimento da América.
Tripulante da ""Boa Esperança", o jornalista João Céu e Silva
participou de toda a viagem e
escreveu o diário de bordo. Ele
disse que a estabilidade da caravela o surpreendeu.
"Quando a vi pela primeira
vez, eu não conseguia acreditar
que aquele barco ia conseguir
atravessar o Atlântico. Mas funcionou perfeitamente", afirma.
Com o sucesso da ""Boa Esperança", está sendo construída
em Portugal uma nova caravela,
com alguns aperfeiçoamentos.
"A nossa primeira caravela também não era tão confiável quanto essa. Ela está hoje na África
do Sul, navegou até o Cabo da
Boa Esperança e ficou lá em um
museu", conta João do Céu.
A parada naval, que reuniu no
total 29 veleiros, navios de época e embarcações militares,
atraiu ainda mais gente à orla da
zona sul do Rio, na manhã ensolarada de ontem. No Leblon,
moradores saíram de casa para
assistir à passagem dos barcos.
O evento foi realizado em
duas etapas. A primeira começou às 9h, na praia do Leblon, e
contou com nove veleiros e navios de época, que completaram
a última etapa da viagem de
Portugal ao Brasil.
A segunda parte da parada começou às 10h, com 20 navios de
guerra do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Venezuela, Espanha, Holanda, Reino Unido,
Polônia e África do Sul.
As embarcações seguiram por
toda a orla da cidade, entrando
depois na baía de Guanabara.
Ao fim da parada, os navios perfilaram-se em frente à Escola
Naval, saudando o presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Depois da parada, FHC embarcou no mesmo helicóptero
que o havia trazido e viajou de
volta à base da Marinha na restinga de Marambaia (zona oeste
do Rio), onde está passando o
fim-de-semana prolongado.
Colaborou a Sucursal do Rio
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