São Paulo, domingo, 01 de maio de 2005

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CAMPO MINADO

Saída é de Goiânia

Com o apoio do PT, MST inicia marcha a Brasília

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com um ritmo de invasões de terra inferior ao do ano passado, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) inicia hoje, em Goiânia (GO), uma marcha que promete levar pelo menos 10 mil sem-terra a Brasília para pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a acelerar o processo de reforma agrária. Em duas semanas, com o apoio do PT, a manifestação chegará ao Palácio do Planalto.
No ano passado, as invasões foram priorizadas como forma de pressão. Neste ano, a tática é paralisar Brasília em 17 de maio, quando os sem-terra percorrerão a Esplanada dos Ministérios. Lá, os 10 mil sem-terra devem ter o reforço de estudantes, sindicalistas, partidos políticos -inclusive o PT- e outros movimentos.
"A marcha pedirá a liberação do orçamento da reforma agrária, a contratação de servidores para o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], o cumprimento das metas e, principalmente, a mudança da política econômica", afirmou João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.
Hoje, em Goiânia, com sem-terra de 23 Estados, um ato marcará o início da Marcha Nacional pela Reforma Agrária. Em duas semanas, serão cerca de 200 km, via BR-060. De manhã, caminhadas, e, à tarde, plenárias sobre reforma agrária, agronegócio, transgênicos e política econômica.
No ato de hoje, o MST contará com militantes petistas e, em duas semanas, em Brasília, líderes do movimento serão recebidos pela Executiva Nacional do partido.
"O PT defende o diálogo do governo com os sem-terra. Por isso, o PT apóia a marcha e vai mediar as negociações do governo com o movimento. Não aceitamos a criminalização do movimento dos sem terra", disse José Genoino, presidente nacional do PT.


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