São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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Berzoini busca tesoureiro fora do PT

EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois do escândalo de caixa dois eleitoral e do mensalão, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, admitiu publicamente ontem, pela primeira vez, a possibilidade de contar com uma pessoa de fora das bases partidárias para cuidar da tesouraria da campanha presidencial deste ano.
"O tesoureiro de campanha não precisa ser necessariamente do partido. Mas também não há nenhum preconceito de que seja do partido", afirmou o deputado.
De acordo com Berzoini, indicado coordenador-geral da campanha para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, poderá ser um "empresário, um sindicalista ou um militante de movimento social".
"O que nós queremos é que seja uma pessoa que possa cumprir as funções com total agilidade e desenvoltura, que tenha credibilidade dentro e fora do PT e que possa executar essas tarefas com transparência para que nós possamos fazer uma campanha absolutamente tranqüila em relação à prestação de contas", afirmou.

"Acima de suspeitas"
A idéia de encontrar um empresário "acima de qualquer suspeita" vem desde o ano passado, dentro da filosofia de separar as finanças permanentes do partido do caixa da campanha presidencial. A junção dessas funções sob a coordenação do ex-tesoureiro Delúbio Soares levou à crise, segundo avalia o partido.
A dificuldade é quem seria essa pessoa. O nome ideal, segundo a Folha apurou, seria o de Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, mas ele descarta categoricamente a idéia.

Contas
Berzoini afirmou ainda que o partido quer evitar confusões entre as contas do partido e as da campanha eleitoral. "O partido tem as suas obrigações institucionais e estatutárias. A campanha é um evento que dura três, quatro ou cinco meses. Quando termina, não pode deixar problemas para nós no futuro", declarou.
O PT lançou ontem uma campanha de filiação em massa, para coincidir com a campanha presidencial. O partido, que tem hoje 860 mil filiados, quer chegar a pelo menos 1 milhão. Ambicioso, já mandou confeccionar 500 mil fichas de filiação.
"Mesmo no auge da crise, nosso número de filiados cresceu, revelando o potencial do PT", disse o secretário de Organização do partido, Romênio Pereira.
Ontem, no encerramento de seu Encontro Nacional, o PT já conseguiu uma adesão: um taxista do ponto em frente ao local do evento, que se filiou ao partido sob aplausos do auditório lotado.


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