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Berzoini busca tesoureiro fora do PT
EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois do escândalo de caixa
dois eleitoral e do mensalão, o
presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, admitiu publicamente ontem, pela primeira vez, a possibilidade de contar com uma
pessoa de fora das bases partidárias para cuidar da tesouraria da
campanha presidencial deste ano.
"O tesoureiro de campanha não
precisa ser necessariamente do
partido. Mas também não há nenhum preconceito de que seja do
partido", afirmou o deputado.
De acordo com Berzoini, indicado coordenador-geral da campanha para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
poderá ser um "empresário, um
sindicalista ou um militante de
movimento social".
"O que nós queremos é que seja
uma pessoa que possa cumprir as
funções com total agilidade e desenvoltura, que tenha credibilidade dentro e fora do PT e que possa
executar essas tarefas com transparência para que nós possamos
fazer uma campanha absolutamente tranqüila em relação à
prestação de contas", afirmou.
"Acima de suspeitas"
A idéia de encontrar um empresário "acima de qualquer suspeita" vem desde o ano passado,
dentro da filosofia de separar as
finanças permanentes do partido
do caixa da campanha presidencial. A junção dessas funções sob a
coordenação do ex-tesoureiro
Delúbio Soares levou à crise, segundo avalia o partido.
A dificuldade é quem seria essa
pessoa. O nome ideal, segundo a
Folha apurou, seria o de Oded
Grajew, presidente do Instituto
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, mas ele descarta categoricamente a idéia.
Contas
Berzoini afirmou ainda que o
partido quer evitar confusões entre as contas do partido e as da
campanha eleitoral. "O partido
tem as suas obrigações institucionais e estatutárias. A campanha é
um evento que dura três, quatro
ou cinco meses. Quando termina,
não pode deixar problemas para
nós no futuro", declarou.
O PT lançou ontem uma campanha de filiação em massa, para
coincidir com a campanha presidencial. O partido, que tem hoje
860 mil filiados, quer chegar a pelo menos 1 milhão. Ambicioso, já
mandou confeccionar 500 mil fichas de filiação.
"Mesmo no auge da crise, nosso
número de filiados cresceu, revelando o potencial do PT", disse o
secretário de Organização do partido, Romênio Pereira.
Ontem, no encerramento de seu
Encontro Nacional, o PT já conseguiu uma adesão: um taxista do
ponto em frente ao local do evento, que se filiou ao partido sob
aplausos do auditório lotado.
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