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CPI aponta uso de cartão em firma de servidor
Comissão identificou que em 452 empresas com funcionários do governo como sócios foram feitas compras com cartões oficiais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Cartões identificou que em 452 empresas nas
quais foram feitas compras
com cartões corporativos nos
últimos cinco anos os sócios foram ou são servidores comissionados no governo. O valor
gasto soma R$ 615.423,48.
Essas empresas também têm
contratos com o governo, seja
por licitação, pregão ou carta
convite, no valor de R$ 651,13
milhões. A CPI agora vai investigar se houve favorecimento, o
que configuraria crime de tráfico de influência. A CPI diz que
encontrou dez sócios de empresas que também são portadores de cartão corporativo.
"Por qual razão a empresa
tem um contrato com o governo e, mesmo assim, se compra
nela com cartão corporativo é o
que queremos descobrir", disse
o deputado Índio da Costa
(DEM-RJ), sub-relator de fiscalização da comissão.
Ele ressalvou que, em alguns
casos, os contratos prevêem
pagamento com cartão corporativo. É o caso de uma agência
de viagens escolhida em licitação da qual consta no contrato
o pagamento com cartão.
A razão social dessas empresas também será analisada,
uma vez que é proibido a servidores públicos que ocupam
cargos de gerência em empresas privadas receberem dinheiro público ou mesmo ocuparem cargos na administração
federal. A CPI quer saber se
houve mudança na razão social
dessas empresas.
No total, a CPI identificou
que são 473 os atuais ou ex-servidores sócios das empresas
que têm contratos com o governo e, ao mesmo tempo, registraram gastos com cartão corporativo nos últimos anos. Eles
estão espalhados em 109 órgãos federais. E ainda que 1.104
servidores que são portadores
de cartão corporativo fizeram
compras nesses estabelecimentos. Essas compras somaram R$ 615.423,48.
Do total de sócios das empresas que foram ou são servidores
públicos, 320 estão ou estiveram lotados no Executivo, e
134, no Legislativo, os demais
não foram identificados.
O sub-relator de sistematização, deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP), disse que os dados
não incluem os gastos secretos
da Presidência nem as contas
tipo B. Os dois sub-relatores
defendem a proibição das transações cruzadas e de saques
com os cartões.
(ANDREZA MATAIS)
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