São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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CPI aponta uso de cartão em firma de servidor

Comissão identificou que em 452 empresas com funcionários do governo como sócios foram feitas compras com cartões oficiais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Cartões identificou que em 452 empresas nas quais foram feitas compras com cartões corporativos nos últimos cinco anos os sócios foram ou são servidores comissionados no governo. O valor gasto soma R$ 615.423,48.
Essas empresas também têm contratos com o governo, seja por licitação, pregão ou carta convite, no valor de R$ 651,13 milhões. A CPI agora vai investigar se houve favorecimento, o que configuraria crime de tráfico de influência. A CPI diz que encontrou dez sócios de empresas que também são portadores de cartão corporativo.
"Por qual razão a empresa tem um contrato com o governo e, mesmo assim, se compra nela com cartão corporativo é o que queremos descobrir", disse o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), sub-relator de fiscalização da comissão.
Ele ressalvou que, em alguns casos, os contratos prevêem pagamento com cartão corporativo. É o caso de uma agência de viagens escolhida em licitação da qual consta no contrato o pagamento com cartão.
A razão social dessas empresas também será analisada, uma vez que é proibido a servidores públicos que ocupam cargos de gerência em empresas privadas receberem dinheiro público ou mesmo ocuparem cargos na administração federal. A CPI quer saber se houve mudança na razão social dessas empresas.
No total, a CPI identificou que são 473 os atuais ou ex-servidores sócios das empresas que têm contratos com o governo e, ao mesmo tempo, registraram gastos com cartão corporativo nos últimos anos. Eles estão espalhados em 109 órgãos federais. E ainda que 1.104 servidores que são portadores de cartão corporativo fizeram compras nesses estabelecimentos. Essas compras somaram R$ 615.423,48.
Do total de sócios das empresas que foram ou são servidores públicos, 320 estão ou estiveram lotados no Executivo, e 134, no Legislativo, os demais não foram identificados.
O sub-relator de sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que os dados não incluem os gastos secretos da Presidência nem as contas tipo B. Os dois sub-relatores defendem a proibição das transações cruzadas e de saques com os cartões. (ANDREZA MATAIS)


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