|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem PF, Câmara pode ser usada para ações ilícitas, afirma Tarso
Segundo o
ministro,
suspeitos
escolherão os
corredores da
Casa para
contatos ilegais se
polícia for
impedida de atuar
lá
Declaração é resposta a
Chinaglia, que criticou o
fato de a polícia ter feito
investigação e filmagem na
Câmara sem se identificar
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça, Tarso
Genro, afirmou ontem que
proibir a atuação da Polícia Federal dentro da Câmara dos
Deputados poderia transformar os corredores da Casa em
locais preferidos para os envolvidos em atividades ilícitas.
"Se for dito que a Polícia Federal não pode filmar [dentro
da Câmara], não filmará. Mas aí
pode ocorrer um certo problema como, por exemplo, as pessoas que são suspeitas escolherem os corredores da Câmara
para fazer contatos ilegais. Elas
estariam protegidas por essa
impossibilidade de investigação da polícia", afirmou ontem.
A declaração do ministro é
uma resposta à afirmação do
presidente da Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), que criticou
o fato de a polícia ter entrado na
Casa sem se identificar. O objetivo dos policiais federais, disse
Tarso, era espionar o lobista
João Pedro de Moura.
Em fotos feitas pela PF,
Moura aparece ao lado do deputado Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho (PDT-SP), de quem
foi assessor, e entrando no gabinete do deputado Henrique
Eduardo Alves, líder do PMDB.
"A Polícia Federal não filmou
o deputado Paulinho, filmou o
cidadão que estava sendo seguido [Moura] -que, aliás, esteve em vários outros lugares
públicos- sem devassar nenhum gabinete nem adentrar
no plenário", disse Tarso, que
esteve na posse do novo superintendente da PF em SP.
O ministro afirmou que recebeu uma correspondência de
Chinaglia. "Eu vou responder.
Se o presidente da Câmara determinar que naquele ambiente não poderá ocorrer filmagens, não será mais feito. Mas
até agora não há nenhuma
proibição formal", afirmou.
Chinaglia voltou a atacar ontem a PF. O deputado classificou o fato como "um acinte,
uma afronta" e disse que seria a
mesma coisa de a PF entrar no
Planalto e "ficar fotografando,
filmando, sem consultar ninguém antes". E reafirmou que a
segurança da Casa tem de ser
feita pela polícia legislativa.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: CPI aponta uso de cartão em firma de servidor Próximo Texto: Frase Índice
|