São Paulo, quinta, 1 de maio de 1997.

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Regras atuais põem em risco aposentadorias, diz Stephanes

da Sucursal de Brasília

O ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, afirmou ontem, em depoimento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que, se o atual sistema previdenciário não for revisto, em breve não haverá recursos para garantir o pagamento da aposentadoria.
Segundo Stephanes, as regras atuais -principalmente os ``privilégios'' do servidor público, as aposentadorias especiais e a aposentadoria por tempo de serviço- privilegiam uma minoria de trabalhadores em detrimento da maior parte dos assalariados.
"Os pobres estão pagando a conta dos ricos'', disse. Stephanes afirmou que a solução para a Previdência é cortar as ``distorções'' das aposentadorias especiais, que beneficiam, segundo ele, apenas 18% dos trabalhadores.
Ele defendeu a substituição da aposentadoria por tempo de serviço por tempo de contribuição.
A defesa feita por Stephanes da reforma da Previdência foi contestada pelo ex-ministro Waldir Pires (85 a 86), hoje filiado ao PT, que também prestou depoimento.
"Não há nada que indique uma crise iminente da Previdência. Claro que, a médio prazo, a Previdência vai entrar em desequilíbrio, mas isso é normal. O que é preciso é colocar ordem na maluquice administrativa'', disse.
Platéia vazia
A reunião da CCJ foi esvaziada. Dos 23 integrantes titulares da comissão, só dois permaneceram o tempo todo: o presidente, Bernardo Cabral (PFL-AM), e o autor da convocação dos ministros, José Eduardo Dutra (PT-SE).
Outros cinco senadores apareceram em diferentes momentos, fizeram intervenções rápidas e deixaram a sala. Nenhum líder governista estava presente. O relator, senador Beni Veras (PSDB-CE), teve de viajar para Fortaleza, por motivos de saúde, disse sua assessoria.

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