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OUTRO LADO
Paraíso diz que tinha ação
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
em Porto Alegre
O secretário da Fazenda de
Santa Catarina, Paulo Prisco
Paraíso, disse ontem que os
cheques em seu favor descobertos pela CPI dos Precatórios
resultam de uma aplicação particular sua em ações.
Segundo Paraíso, ele investiu
cerca de R$ 30 mil em ações da
Telepar (Telecomunicações do
Paraná) e da Eletrobrás e a administração dos papéis ficou a
cargo da Fator.
Os dois cheques achados pela
CPI são, conforme o secretário,
resultado do lucro que ele obteve com o negócio no mercado
financeiro.
Paraíso disse que os valores
constam de sua declaração ao
Imposto de Renda, entregue
por ele, ontem, via Internet.
Ele disse ter recebido, em sua
conta no banco BCR (Banco de
Crédito Real), um cheque de
R$ 11.614,13, em 31 de outubro,
e outro de R$ 24.351,19, em 1º
de novembro de 1996.
Paraíso afirmou ter determinado à Fator a venda das ações,
em outubro de 96, porque queria visitar um irmão em Miami
(EUA) e se preparar para as
despesas do Natal.
Moleques
O secretário chamou de
``moleques e irresponsáveis''
os senadores que fizeram ``a
denúncia bombástica'' contra
ele. Paraíso tomou conhecimento da divulgação dos cheques no início da noite.
Ele disse que se reuniria com
seus advogados para estudar a
hipótese de mover um processo judicial contra integrantes
da CPI. ``Por causa dessa postura moleque e leviana, a CPI
está caindo no descrédito junto
à opinião pública.''
Para Paraíso, a CPI está tentando comprometê-lo, mas
não consegue encontrar nenhum fato concreto que desabone sua conduta.
Ele disse que a Fator não foi
compradora primária de títulos emitidos pelo Estado.
Quando teve quebrado seus
sigilos bancário, fiscal e telefônico, Paraíso disse que encarava a medida com ``respeito e
tranquilidade'', pois julgava o
procedimento legal e rotineiro
em uma investigação.
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