São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2004

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Serra ataca papel do capital externo na política de Lula

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do PSDB e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra, criticou ontem, em seminário no Rio, a importância que o governo federal estaria dando ao papel do capital estrangeiro para a retomada do crescimento econômico. Ele citou a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China como exemplo.
"Agora a moda é o capital da China, e ela nem exportadora de capital é ainda. Diz-se que a China está indo bem e que virá nos salvar da estagnação e do desemprego. Quem dera isso fosse possível, mas não é o caso. Esse discurso tem algo de colonizado", afirmou Serra, após finalizar um ciclo de debates do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB.
Na oposição, o PT criticava o papel do capital externo na política econômica do governo tucano (FHC).
"Ela [a viagem à China] não traz nenhum prejuízo, mas não representa uma estratégia de desenvolvimento econômico".
Serra disse também que o capital estrangeiro é volúvel. "O governo continua tendo como estratégia implícita para o crescimento a espera do capital estrangeiro. No entanto, ele não é um fator que origina um ciclo expansivo. Quando a economia cresce, o capital estrangeiro entra, mas quando as coisas vão mal, sai muito depressa."
A Petrobras e o BNDES também foram criticadas por Serra. No caso da Petrobras, ele disse que a empresa teve um lucro elevado com sua política de preços dos combustíveis "altíssimos", mas, em vez de investir em setores que geram emprego, "está falando em comprar distribuidoras de gás existentes", o que, na sua avaliação, não geraria nenhum emprego.
Quanto ao BNDES, ele disse que o banco deveria adotar um critério de geração de emprego em seus financiamentos.


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