São Paulo, quinta-feira, 01 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
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Acaba na sobremesa

Em jantar ontem, a cúpula do PSB explicaria a Ciro Gomes por que não considera boa idéia sua ida para a chapa de Lula. Se candidato a deputado federal, o ex-ministro poderá bater nos 300 mil votos, conseguindo sozinho quase um terço do que a sigla calcula precisar para cumprir a cláusula de barreira. Há um outro motivo, que não será discutido à mesa: se Lula vencer com Ciro na vice, e Eduardo Campos não se eleger governador em Pernambuco, o presidente do PSB corre o risco de perder o controle do partido.
A necessidade de acertar a situação de Ciro foi um dos motivos para adiar, de ontem para hoje, a reunião entre os presidentes do PT, do PSB e do PC do B.

Sonho meu. O PT discute adiar a definição das coligações para o prazo legal de 30 de junho. A sigla realizaria convenção no dia 24, confirmando Lula candidato, mas deixaria em aberto o capítulo das alianças para a eventualidade de ter o PMDB na vice.

Ai, que inveja! Orestes Quércia contou ontem no Planalto que o PSDB lhe ofereceu a vaga para disputar o Senado. Os petistas presentes adorariam fazer o mesmo, mas não têm como remover Eduardo Suplicy do caminho.

Último da fila. O PC do B apresentará pauta modesta hoje ao PT: quer apoio para a eleição ao governo no Distrito Federal e ao Senado no Ceará e no Rio. Ainda assim, os dois primeiros pleitos são quase impossíveis de atender.

Casa nova. O PSDB bateu o martelo no endereço onde funcionará o comitê de campanha de Geraldo Alckmin: uma antiga concessionária de veículos na avenida W3 Sul, uma das principais vias comerciais de Brasília. Os programas de televisão serão gravados em São Paulo.

Fico. Depois de hora e meia de reunião com os pefelistas José Roberto Arruda e Paulo Octávio, a governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB-DF) disse que mantém a candidatura à reeleição. Descontente com a pressão da cúpula tucana para que desista, não foi ao lançamento da chapa Alckmin-José Jorge.

Para ontem. Na reunião de anteontem com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, Lula defendeu como prioritária a regulamentação do direito de greve dos servidores públicos.

40 graus. A tensão com Aloizio Mercadante não se resume à ala "martista" do PT. O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, da direção estadual, ligou para colegas e disse que cerra fileiras contra o "aparelhamento" da campanha pelo grupo do candidato.

Bombeiro. A fim de diminuir a temperatura interna, Paulo Frateschi deve indicar já amanhã nomes para a coordenação da campanha. O presidente do PT paulista pretende distribuir funções a todas tendências da sigla.

Flerte. Candidato ao governo do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) tomou café da manhã com Ricardo Berzoini. O presidente do PT tenta evitar que o senador, aliado de Garotinho, acabe em colo tucano.

Risco zero. De um aliado do governador sobre a sucessão mineira: "Aécio quer bola na marca do pênalti, goleiro amarrado e o juiz do nosso lado". Cotado para vice, o ex-ministro do STF Carlos Velloso já se filiou ao PSDB.

Vela. Sem apoio de Tasso Jereissati, o governador Lúcio Alcântara (CE) foi ao Vaticano para pleitear a beatificação do Padre Cícero. Falou até com o papa Bento 16.

Visita à Folha. Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Yuri Chillan, assessor.

Tiroteio

Em matéria de apropriação indébita, o PT tem experiência, já que Lula não apenas tomou para si os programas sociais do governo FHC como também mudou todos os nomes.


Do vereador JOSÉ ANÍBAL , um dos coordenadores da campanha de Geraldo Alckmin, em resposta ao petista Jilmar Tatto, que criticou o PSDB por listar, na TV, o Bilhete Único como uma realização tucana.

Contraponto

Estamos combinados

O líder do PTB na Câmara, José Múcio (PE), participava de comício no interior de Pernambuco em 2002 quando, bem embaixo do palanque, um eleitor começou a gesticular freneticamente em sua direção.
O rapaz apontava para o estacionamento e, em seguida, fazia sinal de positivo. Múcio repetiu o gesto.
Depois do evento, o deputado foi pegar seu carro e, surpreso, viu que o veículo estava sem os quatro pneus.
-Mas o que aconteceu aqui?- perguntou o petebista.
-Um rapaz disse que tinha falado com o senhor e que o senhor o autorizou a pegar os pneus de que ele estava precisando para o carro dele -, explicou seu motorista.


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