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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula oferece ao PMDB vaga de vice e mais ministérios
Alan Marques/Folha Imagem
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Da esq. para dir., Mercadante, Quércia, Lula e Tarso, em visita do peemedebista ao Planalto |
Proposta de aliança foi apresentada durante encontro do presidente com Quércia
Peemedebista afirmou
que considera difícil uma coligação entre os dois partidos, por causa da
regra da verticalização
KENNEDY ALENCAR
EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de dizer que ainda
não decidiu se disputará a reeleição, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva usou parte do expediente de trabalho ontem para tratar de sua campanha. Lula
só falou de eleição ao receber,
no Palácio do Planalto, o ex-governador Orestes Quércia e o
ex-líder do governo no Senado
Aloizio Mercadante, pré-candidato do PT ao governo paulista.
Lula disse a Quércia que ainda está de pé a oferta de ter um
nome do PMDB como vice em
sua chapa à reeleição. Afirmou
que o peemedebista e ex-presidente do Supremo Tribunal
Federal Nelson Jobim seria o
seu preferido. Disse que, se o
PMDB não aceitar, hipótese
mais provável, Ciro Gomes
(PSB) poderá ser seu vice, o que
o transformaria em um "fortíssimo" candidato em 2010.
Lula se queixou do vice-presidente José Alencar, dizendo
que ele não aceitou recomendação sua para se filiar ao
PMDB quando deixou o PL, em
2005, e ingressou no PRB.
Dando a entender que já considera certa a reeleição, Lula
afirmou que, se não for possível
a coligação com o PMDB, deseja um acordo pós-eleição para
um governo de coalizão, aumentando o espaço que a sigla
tem hoje (três ministérios).
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), que participou do encontro, sugeriu a
confecção de um documento
PT-PMDB como um "plano B".
"[Sem aliança formal] pode haver formalização política, em
cima de um documento programático que aponte essa coalizão de governabilidade. Essa
formalização não precisa ser
coligação", afirmou Tarso.
A Folha apurou que Quércia
disse a Lula que dificilmente
será possível selar aliança PT-PMDB na eleição presidencial
devido à regra da verticalização, que restringe a liberdade
de alianças no Estado. Em entrevista, porém, admitiu "interesse" na proposta do presidente. "Ele fez uma proposta,
tenho que levar em conta. Analisar a proposta do presidente,
já que ele oferece a vice ao
PMDB e é o candidato com
condições de ganhar." Sobre a
eleição paulista, disse que poderá ser candidato ao governo.
Apesar das declarações de
Quércia, Tarso negou que Lula
tenha oferecido a vaga de vice.
"Não houve um oferecimento
de candidatura a vice, até porque não era uma reunião partidária. E isso é uma questão dos
partidos", disse.
A guerra continua
Nove seções estaduais do
PMDB defensoras de candidato ao Planalto vão convocar
convenção nacional para 11 de
junho. Governistas e oposicionistas do partido convocaram
convenção para 29 de junho a
fim de abortar candidatura ao
Planalto. Se a convenção do dia
11 se realizar, os contrários à
candidatura própria hesitam
entre não dar quórum ou tentar
vencer o encontro.
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