São Paulo, quinta-feira, 01 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Lula oferece ao PMDB vaga de vice e mais ministérios

Alan Marques/Folha Imagem
Da esq. para dir., Mercadante, Quércia, Lula e Tarso, em visita do peemedebista ao Planalto


Proposta de aliança foi apresentada durante encontro do presidente com Quércia

Peemedebista afirmou que considera difícil uma coligação entre os dois partidos, por causa da regra da verticalização


KENNEDY ALENCAR
EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de dizer que ainda não decidiu se disputará a reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou parte do expediente de trabalho ontem para tratar de sua campanha. Lula só falou de eleição ao receber, no Palácio do Planalto, o ex-governador Orestes Quércia e o ex-líder do governo no Senado Aloizio Mercadante, pré-candidato do PT ao governo paulista.
Lula disse a Quércia que ainda está de pé a oferta de ter um nome do PMDB como vice em sua chapa à reeleição. Afirmou que o peemedebista e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim seria o seu preferido. Disse que, se o PMDB não aceitar, hipótese mais provável, Ciro Gomes (PSB) poderá ser seu vice, o que o transformaria em um "fortíssimo" candidato em 2010.
Lula se queixou do vice-presidente José Alencar, dizendo que ele não aceitou recomendação sua para se filiar ao PMDB quando deixou o PL, em 2005, e ingressou no PRB.
Dando a entender que já considera certa a reeleição, Lula afirmou que, se não for possível a coligação com o PMDB, deseja um acordo pós-eleição para um governo de coalizão, aumentando o espaço que a sigla tem hoje (três ministérios).
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), que participou do encontro, sugeriu a confecção de um documento PT-PMDB como um "plano B". "[Sem aliança formal] pode haver formalização política, em cima de um documento programático que aponte essa coalizão de governabilidade. Essa formalização não precisa ser coligação", afirmou Tarso.
A Folha apurou que Quércia disse a Lula que dificilmente será possível selar aliança PT-PMDB na eleição presidencial devido à regra da verticalização, que restringe a liberdade de alianças no Estado. Em entrevista, porém, admitiu "interesse" na proposta do presidente. "Ele fez uma proposta, tenho que levar em conta. Analisar a proposta do presidente, já que ele oferece a vice ao PMDB e é o candidato com condições de ganhar." Sobre a eleição paulista, disse que poderá ser candidato ao governo.
Apesar das declarações de Quércia, Tarso negou que Lula tenha oferecido a vaga de vice. "Não houve um oferecimento de candidatura a vice, até porque não era uma reunião partidária. E isso é uma questão dos partidos", disse.

A guerra continua
Nove seções estaduais do PMDB defensoras de candidato ao Planalto vão convocar convenção nacional para 11 de junho. Governistas e oposicionistas do partido convocaram convenção para 29 de junho a fim de abortar candidatura ao Planalto. Se a convenção do dia 11 se realizar, os contrários à candidatura própria hesitam entre não dar quórum ou tentar vencer o encontro.


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