São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

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Governo recua e adia decisão sobre energia

Sem licença para hidrelétricas do rio Madeira, ministério agora diz que pode esperar até meados de junho para encontrar opção

Um dos leilões de energia de julho é para atender o fornecimento a partir de 2012, prazo em que turbinas devem iniciar operação


MARTA SALOMON
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No último dia do prazo fixado para a emissão de licença ambiental das hidrelétricas do rio Madeira, o Ministério de Minas e Energia recuou e informou que é possível esperar até meados de junho pelo licenciamento sem ter de contratar energia mais poluente de térmicas a carvão no segundo semestre.
Um dos leilões de energia marcados para julho destina-se a atender o fornecimento a partir de 2012, prazo previsto para a entrada em operação das primeiras turbinas das usinas de Santo Antonio e Jirau, em Rondônia. Quando terminadas, as duas hidrelétricas terão potencial de 6.450 MW.
No início do mês, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o então ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, fixaram prazo até ontem para o Ibama emitir licença ambiental prévia a uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Até o fechamento desta edição, o instituto mantinha a intenção de emitir o parecer técnico conclusivo "no menor prazo de tempo possível".
Na avaliação do ministério, a licença ambiental para as hidrelétricas do Madeira precisa ser liberada até meados de junho para que o governo possa licitar a obra em agosto e não perder a oportunidade de iniciar as obras antes do período de chuva. Caso não seja possível cumprir o cronograma, o leilão já marcado para julho terá de buscar fontes alternativas de fornecimento de energia a partir de 2012.
O caminho para o licenciamento das usinas foi aberto com documento entregue ao Ibama pelo consórcio Furnas-Odebrecht, responsável pelos estudos de impacto ambiental. Nele, o consórcio acata ajuste proposto pelo especialista indiano Sultan Alan no projeto das usinas, de forma a impedir o acúmulo de sedimentos. O documento também reduz incertezas do mecanismo proposto para preservar os bagres.
"A tendência é pela viabilidade. (...) A decisão sobre os projetos está na reta finalíssima", declarou ontem João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, durante visita ao Congresso.
A ministra Marina Silva reiterou empenho do Meio Ambiente na solução de dúvidas apontadas pelo Ibama. "Não faz sentido antecipar qualquer conclusão", declarou Marina.


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