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Em carta a Lula, filósofo diz que não moveu ação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O filósofo Roberto Mangabeira Unger enviou carta ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva em que diz que não move
uma ação contra a Brasil Telecom -que é controlada por
fundos de pensão oficiais-,
mas apenas pede honorários
que lhe eram devidos. Diz abrir
mão do dinheiro devido em nome do cargo de ministro da Secretaria de Ações de Longo Prazo, que considera "sagrado".
O filósofo argumenta que cobrou os honorários para evitar
qualquer vínculo com a iniciativa privada antes de assumir o
cargo público. O teor do texto
foi revelado pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), do
mesmo partido de Mangabeira
e do padrinho político de sua
indicação, o vice-presidente da
República José Alencar. "Acho
que está tudo esclarecido e a solenidade [da posse] está marcada para o dia 13", disse.
O Planalto confirma que a
carta chegou ao gabinete de Lula, mas não comenta seu teor.
Antes da divulgação, o ministro
Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) disse que
Mangabeira deveria desistir da
ação ou do cargo de ministro,
caso houvesse empecilho legal
entre as opções.
Ontem, a Folha revelou que
Lula gostaria que Mangabeira,
professor da Universidade
Harvard, desistisse do cargo.
No dia anterior, o jornal havia
revelado a ação dele contra a
Brasil Telecom, para a qual
prestou consultoria e pela qual
teria recebido US$ 2 milhões.
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