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Kassabistas têm 382 nomes contra Alckmin
Folha tem acesso a lista de assinaturas de delegados tucanos, com direito a voto na convenção, contrários à candidatura do PSDB
Conforme regimento do partido, tucanos aliados do prefeito da capital paulista já teriam adesão necessária contra o ex-governador
FERNANDO BARROS DE MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A três semanas da convenção
que irá decidir os rumos do
PSDB na eleição paulistana, tucanos defensores do apoio ao
prefeito Gilberto Kassab
(DEM) trabalham em busca de
adesões para se contrapor ao
nome do ex-governador Geraldo Alckmin, até agora único
pré-candidato do partido.
A Folha teve acesso a uma
lista com ao menos 382 assinaturas de delegados tucanos,
com direito a voto na convenção. Isso significa que o grupo
pró-Kassab já teria o número
necessário de adesões, conforme o regimento, para se contrapor a Alckmin, apresentando na cédula a proposta de aliança com Kassab na cabeça
de chapa e um tucano na vice.
De acordo com o PSDB, 1.228
delegados estão aptos a votar
no dia 22 deste mês. Todas as
assinaturas obtidas pelo grupo
pró-Kassab são válidas, dizem
os coletores. Conforme o artigo
16 da resolução 1/2008 do
PSDB, que regula as eleições
deste ano, as propostas de coligação podem ser apresentadas
por 30% dos convencionais e
dependerão da aprovação da
maioria de votos na convenção.
Os aliados de Alckmin afirmam reservadamente que nem
todas as assinaturas devem se
converter em votos, já que o
pleito na convenção é secreto.
Os alckmistas dizem ainda
que, no limite, as executivas
municipal e nacional poderão
referendar a candidatura própria na maior cidade do país.
Outra acusação é a de que os
tucanos contrários a Alckmin
estão usando o espaço do PSDB
na atual gestão de São Paulo, já
que Kassab era vice de José
Serra (PSDB) até 2006, para
pressionar os delegados. Argumento semelhante, no entanto,
é usado pelos adversários dos
alckmistas. Segundo eles, há
pressões que vão de ameaças
telefônicas a promessas de retaliações, se Alckmin for eleito.
Até o grupo kassabista, que
se define como "aliancista", faz
questão de ressaltar que as assinaturas não significam que a
idéia será levada até o fim.
Ontem, o ex-governador minimizou o caso. "Na executiva
municipal a proposta de candidatura próprio foi unanimidade. Não tenho preocupação.
Após o dia 22, estaremos todos
juntos", afirmou Alckmin.
Anteontem, alckmistas distribuíram uma carta insinuando que foram coagidos a assinar a petição de adesão à aliança com o DEM. Outro militante
escreveu um e-mail comparando a atitude à ditadura militar.
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