São Paulo, domingo, 01 de junho de 2008

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Kassabistas têm 382 nomes contra Alckmin

Folha tem acesso a lista de assinaturas de delegados tucanos, com direito a voto na convenção, contrários à candidatura do PSDB

Conforme regimento do partido, tucanos aliados do prefeito da capital paulista já teriam adesão necessária contra o ex-governador

FERNANDO BARROS DE MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG

DA REPORTAGEM LOCAL

A três semanas da convenção que irá decidir os rumos do PSDB na eleição paulistana, tucanos defensores do apoio ao prefeito Gilberto Kassab (DEM) trabalham em busca de adesões para se contrapor ao nome do ex-governador Geraldo Alckmin, até agora único pré-candidato do partido.
A Folha teve acesso a uma lista com ao menos 382 assinaturas de delegados tucanos, com direito a voto na convenção. Isso significa que o grupo pró-Kassab já teria o número necessário de adesões, conforme o regimento, para se contrapor a Alckmin, apresentando na cédula a proposta de aliança com Kassab na cabeça de chapa e um tucano na vice.
De acordo com o PSDB, 1.228 delegados estão aptos a votar no dia 22 deste mês. Todas as assinaturas obtidas pelo grupo pró-Kassab são válidas, dizem os coletores. Conforme o artigo 16 da resolução 1/2008 do PSDB, que regula as eleições deste ano, as propostas de coligação podem ser apresentadas por 30% dos convencionais e dependerão da aprovação da maioria de votos na convenção.
Os aliados de Alckmin afirmam reservadamente que nem todas as assinaturas devem se converter em votos, já que o pleito na convenção é secreto.
Os alckmistas dizem ainda que, no limite, as executivas municipal e nacional poderão referendar a candidatura própria na maior cidade do país.
Outra acusação é a de que os tucanos contrários a Alckmin estão usando o espaço do PSDB na atual gestão de São Paulo, já que Kassab era vice de José Serra (PSDB) até 2006, para pressionar os delegados. Argumento semelhante, no entanto, é usado pelos adversários dos alckmistas. Segundo eles, há pressões que vão de ameaças telefônicas a promessas de retaliações, se Alckmin for eleito.
Até o grupo kassabista, que se define como "aliancista", faz questão de ressaltar que as assinaturas não significam que a idéia será levada até o fim.
Ontem, o ex-governador minimizou o caso. "Na executiva municipal a proposta de candidatura próprio foi unanimidade. Não tenho preocupação. Após o dia 22, estaremos todos juntos", afirmou Alckmin.
Anteontem, alckmistas distribuíram uma carta insinuando que foram coagidos a assinar a petição de adesão à aliança com o DEM. Outro militante escreveu um e-mail comparando a atitude à ditadura militar.


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