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Imprensa brasileira faz 200 anos
Brasil foi o 12º país da América Latina a receber uma tipografia; o México já possuía uma desde 1535
Hoje há 555 jornais diários no país; circulação daqueles que são auditados pelo IVC aumentou 10,7% em 2007 em relação ao ano anterior
DA SUCURSAL DO RIO
Inaugurada em 1º de junho
de 1808 com o lançamento do
"Correio Braziliense", a imprensa brasileira completa hoje
dois séculos. O Brasil havia acabado de acomodar no Rio a família real portuguesa expulsa
de Lisboa pelas tropas de Napoleão e vivia os efeitos das mudanças que sacudiam a Europa.
Os jornais surgem neste ambiente de efervescência política
e econômica e se tornam importantes no embate de idéias.
Passados 200 anos, eles enfrentam hoje a concorrência acirradíssima de outros meios pela
atenção dos leitores e um forte
questionamento sobre seu papel na sociedade. Mas nos últimos anos encontraram fôlego
na recuperação da circulação e
no crescimento de sua participação no bolo publicitário.
O "Correio Braziliense",
mensário publicado por Hipólito da Costa (1774-1823) em
Londres, circulou de 1º de junho de 1808 a dezembro de
1822. Além dele, duas outras
iniciativas marcaram 1808 como o começo de um novo ciclo
de circulação de idéias no país.
Em 13 de maio foi instalada a
tipografia da Impressão Régia,
criada para imprimir as leis e
decretos do gabinete de d. João
6º, mas que também editou romances, poesias, livros científicos, religiosos, didáticos e periódicos. Poucos meses depois,
em 10 de setembro, houve o
lançamento da "Gazeta do Rio
de Janeiro", jornal oficial da
corte que também editava notícias do Brasil e da Europa.
Os historiadores do período
costumam destacar três características daquela imprensa incipiente. Primeiro, ela chegou
tarde. Estudos mostram que o
Brasil foi o 12º país da América
Latina a receber uma tipografia, quando o México já tinha
oficina desde 1535 e o Peru desde 1584. Buenos Aires tem sua
primeira impressora em 1780.
O segundo aspecto é que esta
imprensa nasce censurada. Em
Portugal, os impressos eram
submetidos a três ordens de vigilância: o Poder Real, a Inquisição e o bispo. No Brasil, havia
a censura da Igreja Católica e a
Mesa do Desembargo do Paço.
A censura só foi abolida em
1821, no calor das revoltas que
obrigaram d. João 6º a voltar a
Lisboa. A terceira característica destacada pela maioria dos
historiadores é o caráter áulico
das primeiras publicações.
Embora julgue correta essa
caracterização, o historiador
Marco Morel chama a atenção
para o contexto político: "A ênfase no atraso, na censura e no
oficialismo como fatores explicativos dos primeiros tempos
da imprensa não é suficiente
para dar conta da complexidade de suas características e das
demais formas de comunicação
numa sociedade em mutação,
do absolutismo em crise".
São deste período "A Idade
d'Ouro no Brasil" (1811), o segundo jornal a circular no Brasil e o primeiro na Província da
Bahia, "Variedades" (1812), a
primeira revista impressa no
Brasil, e "O Patriota" (1813).
Hoje o Brasil tem 555 jornais
diários, segundo a ANJ (Associação Nacional de Jornais).
Após um longo período de crise
econômica, a entidade festeja o
crescimento de circulação e faturamento do setor. Os diários
auditados pelo IVC (Instituto
Verificador de Circulação) tiveram crescimento de circulação
em 2007 de 10,7% em relação a
2006. Este índice se refere aos
88 jornais monitorados. A ANJ
calcula que com a inclusão dos
diários não auditados este crescimento tenha sido de 11,8%.
O faturamento publicitário
dos jornais aumentou 23,72%
no primeiro trimestre deste
ano em relação ao mesmo período de 2007, índice acima do
crescimento do mercado de comunicação, que foi de 15,48%.
O crescimento em 2007 em relação a 2006 foi de 15,22%, enquanto o mercado cresceu
8,98%. A participação no bolo
publicitário também melhorou. Passou de 15,46% para
16,38%. No primeiro trimestre
deste ano chegou a 18,89%. A
internet teve 2,77% de participação no mercado publicitário
em 2007. A TV continua com a
maior fatia do bolo: 59,21%.
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