São Paulo, domingo, 01 de julho de 2001

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PAINEL

Coelho da cartola
O Planalto tem discutido a possibilidade de alçar um nome da sociedade civil, sem vínculo político-partidário, para disputar a sucessão de FHC. Alguém distante o suficiente do governo para não sofrer com o seu desgaste, mas capaz de reunir em torno de si os partidos aliados.

Corrida do desespero
A hipótese de o governo recorrer a alguém de fora da política na eleição presidencial do ano que vem tem sido tratada no Planalto como uma espécie de plano de emergência. Para o caso de FHC chegar a 2002 com a popularidade aos frangalhos.

Baú fechado
Mas o Planalto sabe que é um jogo de risco apostar em alguém de fora da política na eleição presidencial. "Não dá para esquecer o fiasco que foi o presidente José Sarney ter apoiado Sílvio Santos em 1989", recorda um ministro de FHC.

Piada política
O líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro, ironizou a declaração de Jader Barbalho, que, em tom de deboche, defendeu-se no caso Sudam citando a Mulher Maravilha e o 007: "No mundo dos quadrinhos, seria mais apropriado dizer que o senador esteve com o Dick Vigarista e com o Coringa".

Fidelidade canina
Levantamento feito pela liderança do PSDB mostra que tucanos foram responsáveis por 77% dos 471 discursos feitos em defesa do governo neste ano na Câmara. O PMDB fez 10% dos elogios a FHC. E o PFL, que quer retomar o posto de parceiro preferencial, responde por 6%.

Estranho no ninho
Dos 20 deputados que mais fizeram discursos em defesa do governo FHC, 18 pertencem ao PSDB e um é filiado ao PMDB. O vigésimo da lista é Ricardo Ferraço, que trocou o PSDB pelo PPS e adulou FHC nove vezes na tribuna da Câmara.

Agenda cheia
Contrariado por ter ficado de fora do programa de TV do PT, Zeca do PT (MS) tem inventado mil desculpas para não se encontrar com Lula e José Dirceu. Há dias os dois tentam marcar uma conversa com o governador para a cidade de Bonito.

Dor-de-cotovelo
Trecho de carta enviada por ACM ao PFL: "Ainda bem que a injustiça e a covardia me afastaram do Senado Federal para que não visse os vergonhosos momentos que os meus queridos colegas de PFL estão vivendo".

Sem direção
Lula foi apelidado de "biruta de aeroporto" no Congresso. Num dia, o petista disse que "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha" do que José Serra vencer a eleição. No outro, declarou que o governo não pode ser "subestimado".

Pressão das ruas
A cúpula do PMDB considera que Itamar cresce no partido "de fora para dentro" em razão de seu bom desempenho nas pesquisas. Cada vez que a popularidade do mineiro sobe, aumenta o número de convencionais simpáticos ao seu nome.

Longe do povo
O PPS passa por uma crise desde que pesquisas detectaram que começou a cair o índice de intenção de voto em Ciro Gomes. O partido não consegue definir uma estratégia para o presidenciável conquistar apoio no eleitorado de baixa renda.

Perto da elite
"Ciro já tem muito apoio entre empresários e formadores de opinião. Mas precisa amassar mais barro para subir nas pesquisas. Não adianta ficar só dando palestras", diz um dos coordenadores de sua campanha.

Chapa definida
Reginaldo de Castro, ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), aceitou o convite para disputar o Senado pelo PPS do Distrito Federal.


TIROTEIO
Do deputado federal Régis Cavalcanti (PPS-AL), sobre o crescimento da repetência e da evasão escolar no Rio, constatada pelo Censo Escolar 2000:
- O governador do Rio não consegue cuidar nem dos garotinhos cariocas e ainda pensa em cuidar do Brasil.


CONTRAPONTO
Freud explica

O líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio (PSDB-AM), reuniu-se no início da semana passada com o ministro Martus Tavares (Planejamento).
Os dois iriam discutir a aprovação pelo Congresso da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mas a reunião foi rápida. Arthur teve de ir embora. Estava com irritação nos olhos e suspeitava de conjuntivite.
No dia seguinte, recuperado, o deputado voltou ao ministério. Estava efusivo:
- Martus, fui ao médico e não era conjuntivite. Não contaminei você!
- Que bom que você se recuperou. Mas o que você tinha? - perguntou Martus.
Arthur respondeu que o médico havia diagnosticado alergia a luz. Martus ouviu a resposta e caiu na gargalhada:
- Nunca vi alguém tão governista. Foi só falar em crise energética que você teve alergia a luz!



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