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Crise do apagão influencia voto de 55% dos eleitores
DA REDAÇÃO
A pesquisa Datafolha revela que
a crise de energia elétrica irá influir no voto de 55% dos eleitores
brasileiros: para 36% dos brasileiros, o racionamento terá grande
peso na definição de seus respectivos votos; já para 19%, ela influenciará um pouco na decisão.
Contudo, na opinião de 38%
dos eleitores, a crise energética
não terá nenhuma influência na
escolha do candidato à Presidência da República em 2002.
Essa avaliação varia de acordo
com as regiões do país, acompanhando a gravidade da crise em
cada local. No Sul, que ficou fora
do racionamento de energia, só
28% dos eleitores avaliam que a
crise pesará bastante na eleição
presidencial, enquanto 41% dizem que ela não influirá em nada.
Nesse sentido, o Rio Grande do
Sul é o Estado mais indiferente ao
problema: 43% sustentam que o
racionamento não terá reflexos
na sucessão presidencial, contra
25% que dizem que ele vai influir
muito, e outros 25% que acreditam que ele influirá um pouco.
Em contraste, o Sudeste apresenta taxas bem mais elevadas:
39% declaram que a crise energética pesará muito na eleição, e
19% acreditam que ela influirá um
pouco. Dentre os Estados, o destaque vai para o Rio de Janeiro:
41% acreditam que a crise influirá
muito na sucessão. Em Minas, governada por Itamar Franco
(PMDB), essa taxa cai para 37%.
O Nordeste é outra região bastante preocupada com a crise:
37% dos eleitores dizem que o racionamento pesará muito na escolha do presidenciável, e 20%
acham que ela influirá um pouco.
Só 33% dizem que o problema
não vai se refletir na eleição.
Renda e escolaridade
A influência da crise energética
no voto cresce de acordo com a
escolaridade. Para os eleitores que
têm até o 1º grau, 32% dizem que
o racionamento terá muito influência no voto, contra 38% que
afirmam que ele não influirá em
nada. Já entre os eleitores com nível superior, 45% sustentam que a
crise terá muita influência, contra
33% que sustentam que ela não
terá nenhuma importância.
Uma distribuição semelhante
ocorre quando os dados são cruzados com a renda familiar mensal. Entre os apresentam renda familiar mensal de até 10 salários
mínimos, 36% acham que a crise
influirá muito na sucessão em
2002, enquanto 37% pensam que
ela não terá reflexos na eleição.
Já entre os que ganham mais de
20 salários mínimos, a taxa dos
que dizem que o racionamento
influirá e muito na definição do
voto sobe para 50%, enquanto os
que dizem que a crise não pesará
na eleição diminui para 34%.
Duas ordens de determinação
transparecem nesses resultados:
de um lado, os eleitores mais ricos
são os que mais utilizam a energia
elétrica, e estão mais expostos às
sobretaxas e cortes de energia; de
outro lado, o grau de escolaridade
contribui na atribuição da culpa
pela crise ao governo, que não fez
os investimentos necessários na
geração de energia, reduzindo a
crença nos fatores naturais.
Levando em conta a preferência
partidária, os adeptos do PL são
os que menos se deixarão influenciar pela crise: 61% dizem que o
racionamento não terá qualquer
peso na escolha do presidente.
Em seguida vêm os simpatizantes
de PSB (48%) e PPB (43%). Em
contrapartida, os petistas são os
que afirmam que a crise terá muita influência na escolha (42%), seguidos pelos petebistas (41%).
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