São Paulo, domingo, 01 de julho de 2001

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Crise do apagão influencia voto de 55% dos eleitores

DA REDAÇÃO

A pesquisa Datafolha revela que a crise de energia elétrica irá influir no voto de 55% dos eleitores brasileiros: para 36% dos brasileiros, o racionamento terá grande peso na definição de seus respectivos votos; já para 19%, ela influenciará um pouco na decisão.
Contudo, na opinião de 38% dos eleitores, a crise energética não terá nenhuma influência na escolha do candidato à Presidência da República em 2002.
Essa avaliação varia de acordo com as regiões do país, acompanhando a gravidade da crise em cada local. No Sul, que ficou fora do racionamento de energia, só 28% dos eleitores avaliam que a crise pesará bastante na eleição presidencial, enquanto 41% dizem que ela não influirá em nada.
Nesse sentido, o Rio Grande do Sul é o Estado mais indiferente ao problema: 43% sustentam que o racionamento não terá reflexos na sucessão presidencial, contra 25% que dizem que ele vai influir muito, e outros 25% que acreditam que ele influirá um pouco.
Em contraste, o Sudeste apresenta taxas bem mais elevadas: 39% declaram que a crise energética pesará muito na eleição, e 19% acreditam que ela influirá um pouco. Dentre os Estados, o destaque vai para o Rio de Janeiro: 41% acreditam que a crise influirá muito na sucessão. Em Minas, governada por Itamar Franco (PMDB), essa taxa cai para 37%.
O Nordeste é outra região bastante preocupada com a crise: 37% dos eleitores dizem que o racionamento pesará muito na escolha do presidenciável, e 20% acham que ela influirá um pouco. Só 33% dizem que o problema não vai se refletir na eleição.

Renda e escolaridade
A influência da crise energética no voto cresce de acordo com a escolaridade. Para os eleitores que têm até o 1º grau, 32% dizem que o racionamento terá muito influência no voto, contra 38% que afirmam que ele não influirá em nada. Já entre os eleitores com nível superior, 45% sustentam que a crise terá muita influência, contra 33% que sustentam que ela não terá nenhuma importância.
Uma distribuição semelhante ocorre quando os dados são cruzados com a renda familiar mensal. Entre os apresentam renda familiar mensal de até 10 salários mínimos, 36% acham que a crise influirá muito na sucessão em 2002, enquanto 37% pensam que ela não terá reflexos na eleição.
Já entre os que ganham mais de 20 salários mínimos, a taxa dos que dizem que o racionamento influirá e muito na definição do voto sobe para 50%, enquanto os que dizem que a crise não pesará na eleição diminui para 34%.
Duas ordens de determinação transparecem nesses resultados: de um lado, os eleitores mais ricos são os que mais utilizam a energia elétrica, e estão mais expostos às sobretaxas e cortes de energia; de outro lado, o grau de escolaridade contribui na atribuição da culpa pela crise ao governo, que não fez os investimentos necessários na geração de energia, reduzindo a crença nos fatores naturais.
Levando em conta a preferência partidária, os adeptos do PL são os que menos se deixarão influenciar pela crise: 61% dizem que o racionamento não terá qualquer peso na escolha do presidente. Em seguida vêm os simpatizantes de PSB (48%) e PPB (43%). Em contrapartida, os petistas são os que afirmam que a crise terá muita influência na escolha (42%), seguidos pelos petebistas (41%).



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