São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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ELEIÇÕES 2006/ESTADOS

PT e PSDB têm mais nomes aos governos

Principais adversários na corrida presidencial, partidos disputam hegemonia também nos Estados, com 18 petistas e 17 tucanos

Peemedebistas ficam em terceiro lugar e vão disputar com 16 candidatos, nove a mais do que o PFL; siglas têm até quarta para mudar


FERNANDO RODRIGUES
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No último dia para realização de convenções partidárias, PSDB e PT confirmaram a hegemonia do quadro político brasileiro ao lançarem sozinhos os maiores números de candidatos próprios aos governos estaduais -contrariando a expectativa de que o PMDB fosse a legenda com mais nomes para as disputas locais.
Até o início da noite de ontem, o PT já havia definido 18 candidatos próprios a governos estaduais. O PSDB vinha logo atrás, com 17 nomes próprios. O PMDB tem 16, e o PFL, sete.
Quando se consideram também os candidatos a vice-governador, o PT está presente nas disputas majoritárias de 21 das 27 unidades da Federação. Já o PSDB está presente em 22. O PMDB tem sete candidatos a vice próprios. O PFL, dez.
Pode-se considerar, portanto, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá 21 palanques próprios nos Estados para tocar a sua campanha à reeleição. Já o tucano Geraldo Alckmin estará à vontade para subir em 22 palanques próprios.
A vantagem do PSDB aumenta se são incluídos os candidatos a governador e vice do PFL. Nesse cálculo, em tese, Alckmin terá palanques amigáveis em 25 das 27 unidades da Federação. Lula não se beneficia desse tipo de cenário, pois seu principal aliado, o PC do B, não tem candidatos a governador ou a vice nos Estados onde o PT não está presente.

Números preliminares
Todos esses números ainda são preliminares, pois uma brecha na lei permite aos partidos deixarem as atas de suas convenções em aberto até o último dia de registro das candidaturas -a próxima quarta-feira.
No PSDB e no PFL, por exemplo, apesar de lançarem candidatos ou anunciarem coligações, muitos dos diretórios estaduais tucanos e pefelistas aprovaram moções que autorizam a Executiva Nacional dos partidos a anular as alianças até o próximo dia 5. Essa medida visa a forçar algumas negociações de última hora para corrigir alguns cenários considerados desfavoráveis a Alckmin, mesmo que o nome local seja do seu partido.

Senado
Quando são levados em conta os candidatos próprios das quatro maiores siglas (PT, PSDB, PFL e PMDB) ao Senado, os petistas saem perdendo, com apenas nove nomes próprios para a eleição deste ano -na qual será renovado um terço dessa Casa.
O PSDB tem 13 candidatos próprios ao Senado, enquanto o PFL é o campeão nessas disputas, com 14 nomes lançados até ontem. O PMDB tem 11 candidaturas próprias.
No que diz respeito às alianças em cada Estado, embora ainda não exista um quadro definitivo, já é possível afirmar que a maioria dos partidos sem candidato a presidente oscila entre apoiar Lula ou Alckmin, dependendo do Estado.
O PSB está majoritariamente com o PT nos Estados, mas também participa de uma aliança com o PSDB em Tocantins.
Os partidos que ficaram mais marcados pelo escândalo do mensalão -PP, PL e PTB- também não fazem distinção na hora de apoiar PT ou PSDB.
Os mensaleiros terão poucos candidatos próprios aos governos estaduais. O PL decidiu não participar de nenhuma disputa. O PTB só tem nome próprio em Alagoas, com João Lyra. O PP deve estar presente em apenas três Estados: Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A preocupação dessas siglas é apenas ultrapassar a chamada cláusula de desempenho (ou de barreira): atingir 5% dos votos para deputado federal em todo o país. Só assim terão amplo acesso ao tempo de rádio e de TV no ano que vem.
Por essa razão, PP, PL e PTB são mais generosos na hora de se coligarem aos outros -em troca de apoio para seus candidatos à Câmara dos Deputados.
No levantamento realizado pela Folha até ontem a noite, o PT recebia apoio de partidos mensaleiros em 11 Estados, enquanto o PSDB tinha alianças com essas siglas em nove unidades da Federação.


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