São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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Compra de casa de Yeda é alvo da oposição

PT quer que Procuradoria apure aquisição por valor superior a patrimônio; tucana nega irregularidades

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A oposição à governadora Yeda Crusius (PSDB-RS) vai pedir ao Ministério Público Federal que investigue a compra, pela tucana, de um imóvel em bairro nobre de Porto Alegre. Em dezembro de 2006, antes de tomar posse, a governadora comprou uma casa por R$ 750 mil, valor superior ao total dos bens declarados antes da campanha (R$ 674 mil).
As supostas irregularidades do negócio foram citadas durante depoimentos à CPI que investiga o desvio de R$ 44 milhões no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) do Estado e deverão fazer parte do relatório paralelo que o PT prepara. A crise política que Yeda enfrenta já derrubou quatro integrantes do primeiro escalão.
A casa, onde vive hoje, tem 467 m2 de área construída, distribuídos em quatro pavimentos, em um terreno de 645 m2. De acordo com a certidão registrada em cartório, ela pagou R$ 550 mil no ato da compra e se comprometeu a pagar mais R$ 200 mil quando o antigo dono apresentasse os documentos de quitação de dívidas.
Yeda nega irregularidade no negócio. Sua assessoria disse que o dinheiro foi obtido com a venda de dois apartamentos e de um carro. Na declaração de bens apresentada em maio de 2006, esses dois imóveis estavam avaliados, respectivamente, em R$ 37 mil e R$ 218 mil -valores que podem estar desatualizados, uma vez que a Receita não obriga os declarantes a atualizar anualmente o valor do patrimônio. A assessoria de Yeda não informou por quanto foram vendidos os imóveis.
Segundo a deputada Stela Freitas (PT), integrante da CPI, há um registro de penhora judicial que teria impedido a venda de um dos apartamentos. A petista aponta como indício de suposta irregularidade uma possível avaliação da casa comprada por Yeda abaixo do preço de mercado. Como tem só 3 dos 12 deputados da CPI, o PT pedirá a investigação em um relatório paralelo, a ser apresentado na sexta-feira.
Ontem pela manhã, um grupo de 30 estudantes universitários, ligados ao Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, protestou em frente à casa de Yeda. A manifestação foi dissolvida pela Brigada Militar. Uma pessoa foi presa. À tarde, duas pessoas foram detidas enquanto protestavam em frente ao Palácio Piratini (sede do governo). Todos foram liberados.


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