São Paulo, quarta-feira, 01 de julho de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Isenção e eleição

O demo José Agripino Maia, via Twitter, postou que "a isenção das investigações recomenda a licença do presidente Sarney". Na submanchete do UOL, depois, "DEM decide pedir afastamento temporário de José Sarney". Mais um pouco e, na manchete da Folha Online, a colunista Mônica Bergamo informou que "parte da família e amigos mais próximos devem aconselhá-lo a se afastar".
Ecoou no espanhol "El País", destacando que a "oposição sabe que Sarney é chave para o apoio do PMDB a Dilma Rousseff e aproveita sua fraqueza com vistas à eleição presidencial".

"CARA...
Após a glória de ocupar os "trending topics" do Twitter com #chupa, o Brasil passou vexame com uma segunda tentativa, recorrendo ao ator Ashton Kutcher, recordista do site. Vídeo postado por Carlos Cardoso denunciou o esforço de "um grupo de subcelebridades" para levar o ator a postar #forasarney, "só para tomar lição de cidadania do sujeito que fez "Cara, Cadê o meu Carro?'".

CADÊ O MEU CARRO?"
Junior, o irmão de Sandy, Marcos Mion e alguns outros importunaram Kutcher até ele reagir: "Só VOCÊS têm o poder de afastar seu senador, é o SEU país".
O site americano Politico, por coincidência, questionou que a Casa Branca pediu e o mesmo Kutcher linkou vídeo de Barack Obama em seu Twitter, para o Dia Nacional do Teste de HIV, realizado no último sábado.

OS EUA MUDARAM
Os enunciados sobre Honduras seguiam conflitantes e vagos, ontem, do "El País" ao "New York Times". No meio dos textos, indícios de acordo, com o presidente Manuel Zelaya discordando de Hugo Chávez -e dizendo que "os EUA mudaram bastante", sobre o apoio de Barack Obama à sua volta ao poder.
Mas ecoava e um artigo da "Foreign Policy", por Kevin Casas-Zamora, que foi vice da Costa Rica e integra a instituição Brookings, influente sobre Obama. Diz que Zelaya "tem que ser reinstalado", mas os EUA precisam arrancar dele e dos demais uma pausa, pois a "destruição da democracia" avança pela região.

FIDEL & HILLARY?
foreignpolicy.com
Gráfico mostra “menos golpes e menos líderes de golpes no poder”, a partir de 1990

Isolado por aqui no apoio ao golpe em Honduras, o blog de Reinaldo Azevedo na "Veja" argumentou ontem com texto da ultraconservadora Mary O'Grady publicado no "Wall Street Journal", em defesa dos "patriotas hondurenhos".
Pelo enunciado original, "Honduras defende a sua democracia, Fidel e Hillary Clinton são contra".

NÃO É MAIS TEMPO
A "Foreign Policy" reagiu ao mesmo texto do "WSJ" postando estudo que aponta como, sem a rivalidade da Guerra Fria, "as potências ocidentais toleram menos" golpes e ditaduras.
Em direção semelhante, o espanhol "El País" postou em sua submanchete, ontem, a análise "Não é mais tempo para golpes".

EUA SAEM, CHINA ENTRA
Nas manchetes de "NYT" e outros, no meio da tarde, o início da retirada dos EUA do Iraque, marcado por um carro-bomba. Logo abaixo, "China avança em leilão do petróleo no Iraque". A retirada coincidiu com a licitação, mas as companhias rejeitaram os valores mínimos e saiu só uma área, para a chinesa CNPC. "Na semana passada, a gigante chinesa Sinopec" já havia comprado a Addax, com poços no Curdistão, norte do Iraque.
Na mesma linha, no topo das buscas pelo Yahoo News, "Banco de Desenvolvimento da China planeja se instalar no Brasil" e "investir em energia".

CHINA ADIA CENSURA
guardian.co.uk
“Netizens” em cybercafé de Taiyuan

Nem Iraque nem Honduras, a manchete on-line do "China Daily" ontem era "China adia instalação do Green Dam". Foi manchete também de "Guardian" e "Financial Times"e destaque por "NYT", "WSJ" etc. É o "filtro de internet" que Pequim exigiu de todos os fabricantes de computadores -e causou reação americana e campanhas dos "netizens", os internautas chineses. O adiamento, alegando problemas de "instalação", foi visto como um gesto de deferência aos EUA.
Mas as gigantes Lenovo, Sony, Dell e HP se recusaram a informar se já começaram a fabricar aparelhos com o "software censor".


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@ - Nelson de Sá



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