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Malan nega estar em campanha
da Sucursal de Brasília
O ministro Pedro Malan (Fazenda) negou ontem, em entrevista à
TV Senado sobre os quatro anos
do Plano Real, que esteja empenhado na campanha do presidente
Fernando Henrique Cardoso.
No mesmo programa, ele voltou
a desafiar os candidatos de oposição a assumir um compromisso
de manter as premissas do Plano
Real para o controle da inflação.
"Não estou envolvido em campanha eleitoral. Sou ruim para essas coisas", disse.
Além da estabilidade de preços,
Malan cobrou da oposição um
compromisso com a austeridade
fiscal (controle de gastos do setor
público) e com a busca da eficiência da economia.
Malan disse que os partidos de
oposição estão deixando de considerar esses pontos, como se eles
fossem problemas totalmente dissociados da realidade econômica.
Ele afirmou que o objetivo do
Plano Real não é só acabar com a
inflação, mas também promover o
"crescimento sustentado da economia" e "assegurar um processo
de melhoria contínua das condições de vida da população".
"Qualquer um sabe como gerar
uma bolha de crescimento de curto prazo. Isso é irresponsável",
disse o ministro.
Malan descartou a edição de um
novo pacote fiscal após as eleições.
Para ele, as privatizações e as
medidas de saneamento das contas de Estados e de municípios já
serão suficientes para alcançar um
equilíbrio fiscal.
Malan definiu como meta um
superávit primário (receitas acima
dos gastos, sem considerar pagamentos de juros) de 1,5% do PIB
(Produto Interno Bruto, total das
riquezas produzidas no país) por
três ou quatro anos seguidos.
Ele argumentou que, com um
superávit dessa magnitude, seria
possível manter estável a dívida líquida do setor público -ou seja, a
soma dos débitos de Estados, de
municípios, da União e de estatais.
Malan previu a retomada do
crescimento da economia já a partir do final do ano, com uma taxa
de 4% para o último trimestre. Segundo ele, será possível manter
esse patamar em 99. Para ele, o desemprego deverá ceder no final do
ano, recuando para "um número
menor que 7%, talvez 6,5%".
Em abril, a taxa de desemprego
medida pelo IBGE estava em
7,94%. Para Malan, o déficit em
transações correntes, principal indicador das contas externas, deverá fechar o ano em 3,8% do PIB
-mais positivo que em 97, 4,2%.
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