São Paulo, quarta, 1 de julho de 1998

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Malan nega estar em campanha

da Sucursal de Brasília

O ministro Pedro Malan (Fazenda) negou ontem, em entrevista à TV Senado sobre os quatro anos do Plano Real, que esteja empenhado na campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso.
No mesmo programa, ele voltou a desafiar os candidatos de oposição a assumir um compromisso de manter as premissas do Plano Real para o controle da inflação.
"Não estou envolvido em campanha eleitoral. Sou ruim para essas coisas", disse.
Além da estabilidade de preços, Malan cobrou da oposição um compromisso com a austeridade fiscal (controle de gastos do setor público) e com a busca da eficiência da economia.
Malan disse que os partidos de oposição estão deixando de considerar esses pontos, como se eles fossem problemas totalmente dissociados da realidade econômica.
Ele afirmou que o objetivo do Plano Real não é só acabar com a inflação, mas também promover o "crescimento sustentado da economia" e "assegurar um processo de melhoria contínua das condições de vida da população".
"Qualquer um sabe como gerar uma bolha de crescimento de curto prazo. Isso é irresponsável", disse o ministro.
Malan descartou a edição de um novo pacote fiscal após as eleições.
Para ele, as privatizações e as medidas de saneamento das contas de Estados e de municípios já serão suficientes para alcançar um equilíbrio fiscal.
Malan definiu como meta um superávit primário (receitas acima dos gastos, sem considerar pagamentos de juros) de 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto, total das riquezas produzidas no país) por três ou quatro anos seguidos.
Ele argumentou que, com um superávit dessa magnitude, seria possível manter estável a dívida líquida do setor público -ou seja, a soma dos débitos de Estados, de municípios, da União e de estatais.
Malan previu a retomada do crescimento da economia já a partir do final do ano, com uma taxa de 4% para o último trimestre. Segundo ele, será possível manter esse patamar em 99. Para ele, o desemprego deverá ceder no final do ano, recuando para "um número menor que 7%, talvez 6,5%".
Em abril, a taxa de desemprego medida pelo IBGE estava em 7,94%. Para Malan, o déficit em transações correntes, principal indicador das contas externas, deverá fechar o ano em 3,8% do PIB -mais positivo que em 97, 4,2%.



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