São Paulo, quarta, 1 de julho de 1998

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LEIA A ÍNTEGRA DO PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE


"Eu vou interromper por um tempo esta nossa conversa semanal, que começou no dia 2 de maio de 1995. E eu estou muito feliz, satisfeito mesmo, de fazer isso às vésperas do aniversário do Real.
Satisfeito porque o Brasil pode comemorar amanhã quatro anos de moeda forte, quatro anos de inflação baixa, quatro anos de país com a economia organizada e pronto para crescer.
Você que é dona-de-casa sabe o que significa administrar o orçamento doméstico sem aumento acelerado de preços, sem inflação galopante. Sabe que hoje a mesa dos brasileiros está mais farta e que isso se refletiu na saúde geral da população. Sabe que, com o Real, houve uma verdadeira explosão de consumo. Nunca se vendeu tanto eletrodoméstico no país.
E o importante é que, do lançamento do Real para cá, os preços caíram e continuam caindo. Isso quer dizer que mais gente tem hoje condições de comprar uma TV, uma geladeira, um fogão e até de construir ou ampliar a casa. O preço do material de construção, especialmente o cimento, também caiu. Hoje se consome quase o dobro de cimento que se consumia no início do Real, e o custo total da construção de uma casa caiu 20%.
Outra coisa que prova que a ausência de inflação faz muito bem aos brasileiros é o que aconteceu em São Paulo, a maior cidade do país. Em quatro anos metade da frota de automóveis foi renovada, metade de uma frota de 4,5 milhões de automóveis.
Mas mais importante do que tudo isso é ver que o país mudou muito nesses quatro anos. Quando negociam com os empresários, os trabalhadores agora reivindicam participação nos lucros, nos resultados. Não precisam mais se preocupar com a inflação passada. As empresas investem na educação dos seus funcionários. Não só para que eles aprendam a ler e escrever, mas para que se especializem, para que acompanhem o avanço da tecnologia. E o governo investe em educação para colocar todas as nossas crianças na escola e garantir o futuro.
Sei que muita gente acha que fizemos pouco, que o desemprego aumentou. Mas é importante lembrar que não se estabiliza toda a economia ao mesmo tempo, que a inflação provoca mudanças na maneira de trabalhar e de pensar o futuro. Uma empresa, por exemplo, precisa de tempo para se organizar, produzir e vender em condições mais favoráveis.
E depois de todos os sustos que levamos na economia antes do Real, era natural que esse processo de mudança demorasse um pouco; que quem gera emprego esperasse para ter certeza se podia investir sem o risco de nova mudança. Nossa moeda esta aí, mais forte do que nunca. O terreno foi preparado e a confiança no Brasil está rendendo muitos investimentos.
Isso é muito importante porque o que cria oportunidade de emprego é investimento. Novas indústrias de automóveis estão se instalando em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Todas geram muitos empregos e precisam de outras empresas para trabalhar, de empresas fornecedoras que começam a ser criadas nesses Estados e que também vão gerar empregos.
Agora o país pode crescer todos os anos. Este é o crescimento que nos interessa, o que chamamos de crescimento sustentado. Permanente. De nada adianta crescer rápido e depois de pouco tempo voltar a enfrentar dificuldades.
Ainda precisamos caminhar muito. Mas o rumo já foi escolhido e não pode mudar. O Brasil não aguentaria começar tudo de novo. Você, que acreditou e apostou no Real na primeira hora, fez o sucesso do Real. É você que merece receber aplausos amanhã. É você que sabe o que é melhor para o Brasil continuar avançando no rumo do desenvolvimento e da justiça social."



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