CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local

A campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva está patinando por falta de organização e de recursos financeiros.
Lula até hoje não tem uma agenda, apesar das intermináveis reuniões no PT para definir um roteiro para o candidato.
É comum, quando se indaga o que está programado para o dia seguinte de Lula, obter-se como resposta a possibilidade de viagens para Estados distantes entre eles, como Bahia, Santa Catarina ou Amazonas.
No último fim-de-semana, por exemplo, Lula só decidiu comparecer à convenção do PSB pernambucano na véspera do evento, que ocorreu domingo.
O candidato deveria ir amanhã a Irecê (Bahia). O comando de Lula, porém, esbarrou em dois obstáculos: esqueceu que é feriado local na quinta-feira e que não havia dinheiro para fretar um jatinho.
É comum, ainda, o cancelamento de viagens por causa da falta de entendimento entres os partidos que compõem a frente de sustentação da candidatura (PT, PDT, PSB, PC do B e PCB). Foi o que ocorreu nos últimos dias com visitas planejadas para a Paraíba e para Pernambuco.
Desde a morte de seu amigo Sadao Higuchi, em 13 de junho, Lula só fez três viagens: para o Rio, para Brasília e para Recife.
Na ocasião, o candidato interrompeu a campanha durante uma semana, até que o corpo do amigo, que morreu afogado em Bragança Paulista, fosse encontrado.
José Dirceu, presidente nacional do PT, não vê desorganização na campanha. Para ele, as articulações políticas fundamentais estão sendo feitas. "Reconheço que a agenda ficou indefinida", disse.
Delúbio Soares, o coordenador da agenda de Lula, atribuiu o problema em sua área aos limites estabelecidos pela legislação eleitoral e problemas nas alianças estaduais.



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