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No Acre, petista "light' fecha aliança com tucanos
da Reportagem Local
O engenheiro florestal Jorge Viana, 38 anos, é um petista que "diz
sim" até para os tucanos. Candidato ao governo do Acre, Viana
costurou uma aliança de dez partidos políticos, onde há espaço até
para o PSDB do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Quero fazer campanha para
ganhar a eleição e ainda ter maioria na Assembléia Legislativa para
poder governar", afirma o pragmático Viana. "Não quero ficar o
tempo todo atrás de clones para
fazer política", diz.
Jorge Viana foi prefeito de Rio
Branco entre janeiro de 93 e dezembro de 96 e garante que nunca
teve problemas de relacionamento
com o governo federal.
Ele não pertence a nenhuma tendência dentro do PT e diz que só é
radical na defesa de algumas bandeiras para o Estado: "Apoio aos
seringueiros, desenvolvimento
sustentado e melhoria da qualidade de vida da população acreana".
Bem colocado nas pesquisas
eleitorais, Viana disputa a eleição
com o candidato do PMDB, o deputado federal Chicão Brígido
(PMDB), envolvido no escândalo
da compra de votos para a reeleição de FHC, e com o candidato do
PPB, José Bistene.
Seu estilo de fazer política é elogiado pelos tucanos. "O Jorge é
um cara light, nunca atacou duramente o presidente", diz o secretário-geral do PSDB, Arthur Virgílio. Viana diz, entretanto, que só
Luiz Inácio Lula da Silva subirá no
seu palanque no Acre. Os demais
candidatos a presidente, cujos
partidos estão na coligação, vão
contar com outros palanques.
"O PPS pede votos para o Ciro,
o PSDB para Fernando Henrique e
o PMN para o brigadeiro Ivan Frota. Dá para administrar", diz.
No Piauí, petistas e tucanos também estão juntos. O candidato ao
governo é o ex-prefeito de Teresina Francisco Gerardo (PSDB). O
vice é o petista Antônio Medeiros e
o candidato ao Senado, Nazareno
Fontelles, também do PT.
"A coligação tem um aspecto
regional. Nós vamos fazer a campanha do FHC, e o PT vai trabalhar por Lula. O importante é derrotar o PMDB e o PFL, que há anos
se alternam no poder", explica
Francisco Gerardo.
Do lado do governador do Piauí,
Francisco de Assis de Moraes
(PMDB), o Mão Santa, estão PC
do B e PDT, partidos que apóiam
Lula, enquanto o governador está
com Fernando Henrique.
Para o cientista político Fábio
Wanderley Reis, da Universidade
Federal de Minas Gerais, essa mistura de siglas é um reflexo da estrutura partidária precária que
existe no Brasil.
Ele ressalva, porém, que é preciso "não exagerar nessa idealização do processo político-eleitoral". "A diluição da consistência
ideológica está acontecendo no
mundo inteiro", avalia Reis.
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