da Reportagem Local

O prefeito de Vitória (ES), Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), disse que não há hipótese de retirada da candidatura ao Senado do ex-prefeito Paulo Hartung (PSDB), como quer o candidato do PFL à reeleição e líder do governo no Senado, Elcio Alvares.
O impasse entre o PSDB e o PFL no Espírito Santo traz prejuízos para a campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso no Estado, que deixa de ter um palanque único e fortalece a oposição.
"A direção nacional do PSDB foi conivente, pelo menos por omissão, com o desmonte do palanque do presidente Fernando Henrique no Espírito Santo", afirmou Vellozo Lucas.
As dificuldades entre os dois partidos começaram na convenção regional do PSDB, em que Hartung, que disputava a indicação para candidato ao governo do Estado, foi derrotado pelo senador José Ignacio Ferreira.
Para conseguir a vitória, por uma margem de 36 votos em um total de 242, José Ignacio teve que ceder a vaga de vice na chapa, antes destinada ao PTB, ao tucano Celso Vasconcelos, e acabou tendo de aceitar Hartung na vaga de candidato ao Senado, que era pretendida por Alvares.
O maior problema do PFL capixaba é que, se antes da convenção do PSDB Alvares era favorito para o Senado, agora terá a forte candidatura de Hartung, até então segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto para governador.
O presidente do PFL capixaba, José Tasso, não esconde o empenho da direção nacional do partido para retirar Hartung do caminho de Alvares.
"Por orientação da direção nacional do PFL, estamos retomando as negociações com o PSDB. O acordo depende da garantia da vaga de candidato a senador para o Elcio Alvares. Entendemos que oficialmente o Hartung não é candidato a nada", afirmou Tasso.
Por causa dos problemas com o PSDB, o PFL local ensaiou um acordo com o PMDB, que tem como candidato o ex-deputado Vasco Alves. A aproximação é insólita -majoritariamente, o PMDB capixaba faz oposição a FHC.
Enquanto não acha um parceiro para a eleição local, o PFL tenta sustentar a candidatura própria a governador de José Carlos da Fonseca Júnior, assessor especial do ministro Pedro Malan (Fazenda).
A opção segue a tendência de proliferação de candidatos que se seguiu à derrota de Hartung e à desistência do senador Gerson Camata (PMDB), que liderava as pesquisas. Há sete candidatos no Estado. (BERNARDINO FURTADO)



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