São Paulo, terça-feira, 01 de agosto de 2000


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PAINEL


Empresários, uni-vos
A fina flor do empresariado nacional deve divulgar amanhã pela mídia um "Manifesto à Nação" em apoio a FHC. Gestado na CNI (Confederação Nacional das Indústrias), entidade presidida pelo deputado Carlos Eduardo Moreira Ferreira (PFL-SP), o texto circulava ontem entre os responsáveis pela maior parte do PIB nacional. Para que lessem, fizessem sugestões e, mais importante, assinassem.

Mãos à obra
Entre os signatários do "Manifesto à Nação" em apoio a FHC, os articuladores da peça devem contar com os presidentes das cinco confederações nacionais (da Indústria, do Comércio, das Instituições Financeiras, da Agricultura e dos Transportes), além de nomes como Olavo Setubal, Antonio Ermírio de Moraes, Emílio Odebrecht, Jorge Gerdau, Claudio Bardella e Abram Szajman, entre outros.

Arrastão governista
Os empresários idealizadores do "Manifesto à Nação" comparam sua iniciativa à nota em desagravo a FHC subscrita por governadores na última sexta. No governo, porém, já se avalia que esse apoio tem peso muito maior, ou decisivo, para preservar a estabilidade do presidente.

Nacionalismo volver
Ao tomar conhecimento do teor do "Manifesto à Nação", Antonio Ermírio concordou com quase todos os seus termos. Fez ressalva apenas ao trecho em que se diz que "empresas internacionais estão investindo maciçamente no país". A versão final do texto deve incluir as empresas nacionais, a pedidos.

Cheque em branco
Para não comprometer a credibilidade do "Manifesto à Nação", a CNI decidiu deixar oficialmente à margem da sua articulação os três ministros-empresários do governo FHC: Alcides Tápias (Desenvolvimento), Fernando Bezerra (Integração Regional) e Pratini de Moraes (Agricultura). Mas todos concordaram com a iniciativa.


Elo perdido
Ex-superintendente-executivo do Banco do Brasil, Manoel Pinto é um dos poucos nomes da rede de influências de EJ que ainda ocupam um cargo de confiança no governo: é diretor da Aliança do Brasil, empresa coligada com o banco, onde ganha em torno de R$ 25 mil mensais.

Caiu para o alto
Manoel Pinto perdeu o cargo de superintendente-executivo do BB, onde ganhava R$ 8 mil, ao ser responsabilizado pelo vazamento da lista de deputados do PPB que deviam ao banco. Era encomenda de EJ, para pressionar os parlamentares a votar a favor da emenda da reeleição. Aposentou-se, mas, logo em seguida, foi premiado com a diretoria da Aliança do Brasil.

Céu nublado
Candidatos a prefeito do PSDB procuraram a cúpula do partido manifestando preocupação com os efeitos do caso Eduardo Jorge. Os tucanos, principalmente os de cidades de médio e de grande porte, avaliam que a crise prejudicará o desempenho da legenda nas eleições municipais de outubro.

Rede de amigos
Collor enviou ontem Vera Langellotti (PRTB), candidata à Câmara de SP, para representá-lo em um evento da campanha à prefeitura paulistana. Trata-se de uma antiga assessora do vereador cassado Vicente Viscome, preso sob a acusação de participar da máfia da propina.

Trincheira mineira
O ex-presidente Itamar Franco (MG) foi a única personalidade brasileira convidada para atuar como observador nas eleições venezuelanas. Não apareceu. A participação brasileira ficou restrita a quatro técnicos especialistas no assunto.

Contratação
O jornalista e cientista político André Singer, ex-secretário de Redação da Folha, volta a integrar a equipe de profissionais do jornal. Singer escreverá reportagens a partir deste mês.

TIROTEIO


Da deputada federal tucana Zulaiê Cobra Ribeiro, sobre a influência de Arnaldo Faria de Sá, secretário de Governo e homem forte da gestão Celso Pitta, na administração da cidade:
- Arnaldo Faria de Sá só pode estar a serviço da candidatura do ex-prefeito Paulo Maluf.

CONTRAPONTO

Memória perdida
José Eduardo Cardozo (PT) apareceu outro dia em seu gabinete na Câmara Municipal de São Paulo portando o que ele chama de "memorizador".
Muito desligado, o vereador comprou o aparelhinho para não se esquecer dos compromissos aos quais não pode faltar. Principalmente em época de campanha eleitoral.
Com o aparelhinho, o vereador grava recados para si mesmo, falando sobre o que deve fazer durante o dia.
Nos primeiros dias, o sucesso foi absoluto. O vereador não perdeu nenhum compromisso e ainda conseguiu ser absolutamente pontual.
Uma manhã, entretanto, um assessor reparou que o vereador não parava de andar de um lado para o outro, meio perdido:
- Zé, o que foi? Cadê o memorizador?
- Esqueci em casa! -disse, provocando gargalhadas.


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