São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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Economia obrigou Alfonsín a renunciar cinco meses antes

Raúl Alfonsín teve um final de governo melancólico em 1989, sendo obrigado a transferir o cargo para Carlos Saúl Menem cinco meses antes do prazo determinado pela Constituição argentina.
Depois da derrota do partido peronista por 51,74% dos votos em 1983, Raúl Alfonsín tornou-se o primeiro presidente radical do país após o regime militar. Analistas políticos da época disseram que o partido peronista havia recebido uma "estocada final" e não mais teria condições de disputar as eleições majoritárias.
Mesmo com amplo apoio popular, Alfonsín não teve a colaboração dos mercados internacionais para enfrentar as crises da década de 80.
Com a economia precisando conter uma inflação crescente, Alfonsín lançou, no dia 14 de junho de 1985, o Plano Austral, comprometendo o governo a não fazer novas emissões monetárias, congelando todos os preços e salários e lançando uma nova moeda -o austral.
A moeda nasceu valendo 10 mil pesos argentinos e com paridade com o dólar. A opinião pública e o mercado aceitaram as medidas impostas pelo plano e a inflação caiu em poucas semanas.
No médio prazo, as medidas do plano provocaram uma grave recessão na economia argentina. Custos de financiamentos e empréstimos dispararam no mercado interno.
Novos líderes peronistas, que haviam surgido durante os anos de crise, iniciam um movimento dissidente de crítica ao governo e à pessoa de Alfonsín, pedindo que as eleições fossem antecipadas.
A onda de desacordo com os caminhos dados pelo governo à economia se espalhou para a sociedade. Ruas das principais cidades da Argentina se tornam cenário de atentados. A desordem leva o governo a decretar estado de sítio no país por um mês.
Devido aos grandes problemas econômicos e à resposta da sociedade, Raúl Alfonsín é obrigado a deixar o governo e é substituído por Carlos Menem, no dia 8 de julho de 1989.



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