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SAIBA MAIS
Economia obrigou Alfonsín a renunciar cinco meses antes
Raúl Alfonsín teve um final
de governo melancólico em
1989, sendo obrigado a transferir o cargo para Carlos Saúl Menem cinco meses antes do prazo determinado pela Constituição argentina.
Depois da derrota do partido
peronista por 51,74% dos votos
em 1983, Raúl Alfonsín tornou-se o primeiro presidente radical do país após o regime militar. Analistas políticos da época
disseram que o partido peronista havia recebido uma "estocada final" e não mais teria
condições de disputar as eleições majoritárias.
Mesmo com amplo apoio popular, Alfonsín não teve a colaboração dos mercados internacionais para enfrentar as crises
da década de 80.
Com a economia precisando
conter uma inflação crescente,
Alfonsín lançou, no dia 14 de
junho de 1985, o Plano Austral,
comprometendo o governo a
não fazer novas emissões monetárias, congelando todos os
preços e salários e lançando
uma nova moeda -o austral.
A moeda nasceu valendo 10
mil pesos argentinos e com paridade com o dólar. A opinião
pública e o mercado aceitaram
as medidas impostas pelo plano e a inflação caiu em poucas
semanas.
No médio prazo, as medidas
do plano provocaram uma grave recessão na economia argentina. Custos de financiamentos e empréstimos dispararam no mercado interno.
Novos líderes peronistas, que
haviam surgido durante os
anos de crise, iniciam um movimento dissidente de crítica
ao governo e à pessoa de Alfonsín, pedindo que as eleições
fossem antecipadas.
A onda de desacordo com os
caminhos dados pelo governo
à economia se espalhou para a
sociedade. Ruas das principais
cidades da Argentina se tornam cenário de atentados. A
desordem leva o governo a decretar estado de sítio no país
por um mês.
Devido aos grandes problemas econômicos e à resposta
da sociedade, Raúl Alfonsín é
obrigado a deixar o governo e é
substituído por Carlos Menem,
no dia 8 de julho de 1989.
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