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Resultado final escolheu três agências de propaganda, que farão campanhas institucionais para o governo federal
Ex-marqueteiros de Lula vencem licitação
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As agências Duda Mendonça,
Lew, Lara e Matisse foram escolhidas ontem para fazer a publicidade institucional do governo federal nos próximos 12 meses. O
valor total do contrato para esse
período é de R$ 150 milhões.
O resultado foi proclamado
após a abertura das propostas de
preço -a terceira fase da licitação-, no Palácio do Planalto. Há
um prazo de cinco dias úteis para
a apresentação de recursos, após a
publicação no "Diário Oficial da
União", que deve ocorrer hoje.
Havendo ou não recurso, a expectativa das agências é que o resultado permaneça o mesmo, já
que essa última fase (preços) influencia menos na licitação, que
valorizou a melhor técnica (fase
dois). Os recursos, caso existam,
têm de se limitar à terceira fase.
Encerrado o prazo de recursos,
segundo a Secom (Secretaria de
Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), a assinatura do
contrato será imediata. Ainda não
se sabe qual será a primeira campanha, mas, entre as primeiras,
está a da reforma da Previdência.
Entre as agências vencedoras,
duas (Duda e Matisse) são comandadas por ex-marqueteiros
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Duda Mendonça foi o responsável pela campanha vitoriosa
de Lula, em 2002. A Matisse, agência de porte médio de Campinas
(SP), associou-se no início deste
ano ao publicitário Paulo de Tarso Santos, que fez as campanhas
de Lula em 1989 e 1994. Após 1996,
porém, Santos afastou-se do PT e
coordenou campanhas do PFL do
Paraná em 1998 e 2000. Em 2001,
tornou-se publicitário do PSDB e
cuidou da imagem de FHC.
Segundo a Secom, a ligação anterior desses publicitários com
Lula não coloca sob suspeita o resultado da licitação. A Secom diz
que os critérios da licitação são
objetivos, determinados pelo edital, e o resultado depende da avaliação de cada quesito apresentado. Luciana Merehb, da Master
São Paulo, que ficou em quarto
lugar, considerou a licitação "totalmente transparente" e disse
que a agência não vai recorrer.
Participaram da terceira fase as
12 agências classificadas na etapa
técnica -47 se inscreveram. Ninguém contestou o resultado, que
já era esperado, pelo fato de essas
três agências terem sido as primeiras classificadas nessa fase.
No resultado final não há ordem de classificação. As três venceram e dividirão a publicidade
oficial, a critério da Secom. Cada
uma tem garantidos apenas 15%
do valor do contrato, que tem como objetivo assegurar que não
haja acomodação. O desempenho
de cada uma é que determinará a
distribuição das campanhas.
Zilmar Fernandes da Silveira,
sócia da agência Duda Mendonça,
classificou de "maravilhoso" o resultado. "De todas as agências, a
que mais conhece o pensamento e
a estratégia deste governo é a nossa. Fizemos um trabalho fantástico. Tínhamos que ganhar em primeiro lugar, sem margem de contestação", afirmou.
Dalva Fazzio, diretora-presidente da Matisse, disse que a experiência de Paulo de Tarso em
marketing político foi fundamental para a classificação da agência,
que tem apenas cinco anos. "É um
grande desafio", afirmou.
As melhores propostas ontem
foram feitas pelas agências Master
e SMBB: cobrança de 9% de honorários e desconto de 20% nos
custos próprios. As três primeiras
colocadas na fase anterior, porém, alteraram suas propostas e
assumiram esses percentuais, como lhes faculta o edital de licitação, permanecendo na frente.
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