São Paulo, terça-feira, 01 de agosto de 2006

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Novos depoimentos reforçam suspeitas sobre ex-ministros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os depoimentos de Darci Vedoin e Ronildo Medeiros à Justiça Federal aprofundam as suspeitas sobre o envolvimento dos ex-ministros da Saúde Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB) na máfia dos sanguessugas. Ronildo, dono da empresa Frontal - que vendia equipamentos à Planam-, trouxe também novos nomes de parlamentares.
Ele contou à Justiça, sob acordo de delação premiada, detalhes sobre a suposta participação do então chefe-de-gabinete de Humberto Costa, Antônio Alves de Souza, no esquema. Hoje secretário de Gestão Estratégica do Ministério da Saúde, ele teria apresentado à quadrilha pessoas ligadas ao PT que intermediavam a liberação de verbas. Costa nega.
As indicações de que o assessor participou das fraudes surgiram quando, em depoimento, Luiz Antônio disse que pediu ao então ministro em 2003 a liberação de R$ 8 milhões.
"O ministro apresentou seu chefe de gabinete Antônio [aos Vedoin] e passou a questão a este", diz a transcrição do depoimento de Luiz Antônio.
A Folha não localizou ontem Alves de Souza.
"O depoimento aprofunda algumas indicações e complementa o que Luiz Antonio disse. Aprofunda um pouco a relação com o gabinete do ministro da Saúde", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).

Darci Vedoin
A Folha apurou que a estratégia de defesa da família Vedoin e de Ronildo é dividir as responsabilidades. Darci vai assumir a culpa por fazer o assédio junto aos parlamentares no Congresso. À Justiça Federal, ele contou que usava o gabinete do deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) para fazer os contatos. Isso converge com as declarações de Luiz Antonio.
Ontem, o ex-ministro Saraiva Felipe entregou sua defesa à CPI e disse que, se convocado, irá à comissão "tranqüilamente". Ele afirmou achar "estranho" que só exista especulação em torno da sua convocação, e não nas de seus antecessores.


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