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"Dormi com a tranqüilidade dos inocentes", afirma Cunha Lima
Tucano, que teve mandato de governador da Paraíba cassado anteontem, diz que vai recorrer e que nunca pensou em renunciar para preservar direitos políticos
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
O tucano Cássio Cunha Lima, 44, que teve seu mandato
de governador da Paraíba cassado anteontem, diz que é inocente, que nunca pensou em renunciar para preservar seus direitos políticos e que sempre
quis "ajudar os pobres".
Afirma ter dormido com a
"tranqüilidade dos inocentes"
após o julgamento de seu caso.
"A minha luta não será para
preservar apenas o mandato,
mas preservar o respeito e a
vontade de mais de um milhão
de paraibanos que me conduziram ao segundo mandato."
FOLHA - Como o senhor recebeu a
decisão pela cassação?
CÁSSIO CUNHA LIMA - Eu recebi a
decisão com a tranqüilidade
dos inocentes. É uma decisão
que cabe recursos e vamos recorrer. Respeito as decisões da
Justiça, mas vou manifestar
meu inconformismo com a injustiça da decisão. Eles pedem a
cassação de um mandato que
foi conquistado legitimamente
nas urnas, com mais de um milhão de votos.
FOLHA - Cogitou a renúncia para preservar os direitos políticos?
CUNHA LIMA - Não há a menor
possibilidade de eu renunciar.
O mandato não me pertence,
pertence à opinião de pessoas
que votaram em mim.
FOLHA - O sr. acredita que a ação
de investigação, elaborada pelo
PCB, foi feita a partir de uma estratégia política de seu adversário, José
Maranhão (PMDB)?
CUNHA LIMA - Prefiro não emitir
juízo de valor.
FOLHA - Houve distribuição de cheques antes do ano eleitoral?
CUNHA LIMA - Houve. O programa é o programa social do governo. Atendemos mais de 35
mil pessoas para manter o compromisso que tenho, do qual
não me afasto, de trabalhar pelos mais pobres. A Constituição
Federal permitiu que os Estados criassem seus próprios fundos de combate à pobreza. Fizemos um convênio com a FAC
(Fundação de Assistência Comunitária), que existe há muitos anos na Paraíba.
FOLHA - Como o sr. se sentiu depois do julgamento?
CUNHA LIMA - Se você me perguntasse: você dormiu? Dormi,
porque estou tranqüilo, com
essa tranqüilidade dos inocentes. Estou sendo afastado, ou
condenado em primeira instância, por uma conduta vedada que é ajudar as pessoas mais
pobres?
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