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Petistas citam Jobim para reclamar de falta de prestígio com Lula
Executiva do PT pretende expor suas insatisfações com a perda de espaço estratégico no governo em reunião com presidente
Reunidos em SP, petistas decidiram engrossar marcha da CUT de apoio ao governo, mas apontam problemas na administração da crise aérea
DA REPORTAGEM LOCAL
Em reunião que consumiu
todo o dia de ontem, a Executiva do PT decidiu procurar o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e seus ministros para reclamar do enfraquecimento do
partido dentro do governo.
Petistas divulgaram ainda
uma resolução repleta de críticas sutis ao governo.
Segundo participantes da
reunião, a avaliação é de que a
escolha de Nelson Jobim para o
Ministério da Defesa é mais
uma demonstração de desprestígio do PT. Outra prova disso
seria seu afastamento da articulação política.
O secretário nacional de Organização do partido, Romênio
Pereira (Movimento PT), e terceiro-vice-presidente, Jilmar
Tatto (PT de Luta e de Massas),
usam as mesmas expressões.
"Sai mais um petista. Entra
outro peemedebista", dizem.
Na reunião, o secretário de
Relações Internacionais, Valter
Pomar, da Articulação de Esquerda, propôs um texto crítico
à escolha de Jobim. Mas a avaliação foi de que não se deveria
atacar o PMDB na resolução.
Os petistas decidiram expor
suas queixas a Lula. Além da
disposição de reconquistar espaço estratégico no governo, o
partido defenderá uma reaproximação com os aliados históricos e com movimentos sociais.
O partido também decidiu engrossar a marcha da CUT prevista para o dia 15 em Brasília.
Em tom de alerta, afirmam
que o governo será abalado se
permitir os ataques ao partido.
"O partido está alijado. E vai listar uma série de problemas e
apresentar ao presidente", resumiu o ex-ministro Humberto
Costa, hoje secretário de Cidades de Pernambuco.
Em nota divulgada ontem, o
partido afirma que é um engano acreditar que os ataques ao
governo e ao PT não podem
abalar a popularidade de Lula.
"Os ataques não conseguiram
alterar, até o momento, o apoio
majoritário da população ao
presidente da República. Mas é
um equívoco achar que isso não
possa vir a acontecer."
O texto criticou a demora do
governo para a construção do
Ministério da Defesa. Segundo
nota, "as recomendações do
partido não foram consideradas devidamente". O PT também reclama da "desarticulação política do governo".
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