São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Renan e o PT

A proximidade do desfecho do processo de Renan Calheiros azedou o clima entre PMDB e PT, principais partidos da base aliada. A presença dos petistas Eduardo Suplicy (SP) e Augusto Botelho (RR) no bloco dos que devem votar contra Renan no Conselho de Ética incomoda os peemedebistas, que ameaçam dar o troco na forma de votos contra o governo no Senado.
A líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA), apelou a petistas, entre eles Aloizio Mercadante (SP), para que não deixem o caso Renan "contaminar a relação". Os petistas, porém, acham impossível controlar os votos dos senadores no caso e já admitem que o bloco dos que apoiarão a cassação pode ser ainda maior no plenário da Casa.

Revisão. Os relatores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) vão cotejar o voto pela cassação de Renan com as contestações finais apresentadas pelo advogado Eduardo Ferrão. Admitem mudar o texto se alguma das irregularidades apontadas for esclarecida.

Borracha. O deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE) lidera um mutirão de retirada de assinaturas da CPI da TVA, apresentada pelo também peemedebista Wladimir Costa (PA) a pedido de Renan. Já entregou à secretaria da Mesa 11 requerimentos de deputados que querem cair fora.

Michelin. A indiscrição de Ricardo Lewandowski parece ter despertado a curiosidade de Eros Grau. O ministro escolheu a Expand Wine Store by Piantella para jantar anteontem, dia da publicação da conversa telefônica que Lewandowski tivera na véspera no mesmo restaurante.

Fórceps. Os ministros mais incomodados com as palavras de Lewandowski tiveram de suar a toga para convencer Ellen Gracie a soltar uma nota oficial, ainda que vaga, sobre o caso. A presidente não achava a providência necessária.

Inoperante. Um ministro diz que, após a divulgação da troca de mensagens instantâneas no julgamento do mensalão, o mecanismo da intranet deixará de ser usado como ferramenta de trabalho durante as sessões do tribunal. "Perdemos um instrumento de grande utilidade."

Só. A Mensagem ao Partido, de Tarso Genro, tinha o objetivo de polarizar os debates do congresso do PT com o ex-Campo Majoritário, de José Dirceu, mas acabou isolada na primeira tentativa, ontem, de criar um bloco para derrotar o grupo hegemônico num texto-base sobre rumos da sigla.

Sem tira-teima. A resolução vencedora foi mesmo a do ex-Campo Majoritário, rebatizado de "Construindo um Novo Brasil". Como os crachás levantados indicavam placar apertado, o grupo das correntes adversárias pediu nova votação, desta vez nominal. Não foi atendido.

Majoritário. O início do congresso petista mostrou que o grupo de José Dirceu, José Genoino e Antonio Palocci está revigorado. Venceu as três votações do dia, aprovando as resoluções que conduzirão os debates de hoje.

Zona cinzenta. Cerca de cem dos quase mil delegados do congresso do PT foram eleitos na base do partido. Por estarem menos atrelados às correntes internas, podem mudar o rumo de algumas votações durante o congresso.

No papel. A CPI do Apagão Aéreo da Câmara solicitará ao presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que crie, até o próximo dia 18 de setembro, uma comissão especial para analisar a proposta da lei geral da aviação civil.

Costura. Com a aliança abalada no plano estadual, DEM e PSDB de Porto Alegre já negociam coligação para a eleição municipal do ano que vem. O pré-candidato dos "demos", Onyx Lorenzoni, terá almoço com dirigentes locais dos tucanos na segunda.

Tiroteio

"O procurador-geral e a maioria dos ministros do STF são indicações de Lula, e os processos foram abertos. Estivéssemos no governo FHC, não tenho dúvida de onde estaria o caso: na gaveta".
Do deputado BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara, sobre a abertura de processos no Supremo Tribunal Federal contra os 40 acusados de envolvimento no esquema do mensalão.

Contraponto

Melhor dizendo

Parte da reunião ministerial de quinta-feira foi tomada por uma exposição de Franklin Martins sobre o relacionamento governo-mídia. Entre as dicas dadas pelo titular da Comunicação Social aos colegas estavam "tratar os jornalistas com profissionalismo" e "prestar bastante atenção às perguntas", notadamente no final das entrevistas, quando um instante de distração pode se revelar fatal.
-Já sei!-, disse Paulo Bernardo, do Planejamento, para em seguida completar, já com cara de piada:
-Um bom jeito de falar é "não fique tenso", certo?
Marina Silva (Meio Ambiente) não entendeu, e Marta Suplicy, que se recupera do "relaxa e goza", explicou:
-É de mim que ele está falando...


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