São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Aliados de senador deverão recorrer ao STF por voto secreto

FERNANDA KRAKOVICS
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aliados de Renan Calheiros devem recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir que a votação do pedido de cassação de seu mandato, na próxima quarta-feira, seja secreta. Integrantes do Conselho de Ética decidiram, por 10 votos a 5, que a decisão será tomada às claras.
Os aliados de Renan ainda analisam o momento mais adequado para entrar com um mandado de segurança: nos próximos dias ou esperar o caso chegar ao plenário. Nesse último cenário, em caso de vitória no Supremo, o processo teria que voltar para o conselho, o que atrasaria sua tramitação.
"Podemos entrar até quando o caso estiver no plenário, para as pessoas aprenderem. Não há sofreguidão quanto ao prazo", declarou um dos relatores do processo contra Renan, senador Almeida Lima (PMDB-SE), que apresentou um parecer alternativo pedindo a absolvição. Os relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) pediram a cassação do presidente do Senado.
Renan afirmou ontem que não recorrerá ao Supremo, mas não descartou que algum aliado o faça. "Eu não vou mexer com isso não. Eu não", disse ele. "Estou tranqüilo, nós vamos vencer." Em conversa ontem com o presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), na presença de funcionários do Senado, Renan disse que teria o voto de 9 dos 15 integrantes do órgão se a votação fosse secreta.
Aliado de Renan, Quintanilha chegou a anunciar que a votação seria secreta, mas foi derrotado em recurso apresentado pela oposição. "Eu tenho a impressão que é um princípio constitucional que está sendo ferido", afirmou. A Constituição afirma que os pedidos de perda de mandato serão submetidos a voto secreto no plenário do Senado, mas o regimento da Casa é omisso quanto ao procedimento no Conselho de Ética.
"Há um descumprimento total da Constituição. Existe um grande jogo político porque a oposição não tem outro caminho. Estão querendo dar um golpe dentro do Senado. Mandato se cassa na urna", afirmou o senador Wellington Salgado (PMDB-MG).


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