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Aliados de senador deverão recorrer ao STF por voto secreto
FERNANDA KRAKOVICS
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aliados de Renan Calheiros
devem recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir que a votação do pedido
de cassação de seu mandato, na
próxima quarta-feira, seja secreta. Integrantes do Conselho
de Ética decidiram, por 10 votos a 5, que a decisão será tomada às claras.
Os aliados de Renan ainda
analisam o momento mais adequado para entrar com um
mandado de segurança: nos
próximos dias ou esperar o caso
chegar ao plenário. Nesse último cenário, em caso de vitória
no Supremo, o processo teria
que voltar para o conselho, o
que atrasaria sua tramitação.
"Podemos entrar até quando
o caso estiver no plenário, para
as pessoas aprenderem. Não há
sofreguidão quanto ao prazo",
declarou um dos relatores do
processo contra Renan, senador Almeida Lima (PMDB-SE),
que apresentou um parecer alternativo pedindo a absolvição.
Os relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano
(PSDB-MS) pediram a cassação do presidente do Senado.
Renan afirmou ontem que
não recorrerá ao Supremo, mas
não descartou que algum aliado
o faça. "Eu não vou mexer com
isso não. Eu não", disse ele. "Estou tranqüilo, nós vamos vencer." Em conversa ontem com o
presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO),
na presença de funcionários do
Senado, Renan disse que teria o
voto de 9 dos 15 integrantes do
órgão se a votação fosse secreta.
Aliado de Renan, Quintanilha chegou a anunciar que a votação seria secreta, mas foi derrotado em recurso apresentado
pela oposição. "Eu tenho a impressão que é um princípio
constitucional que está sendo
ferido", afirmou. A Constituição afirma que os pedidos de
perda de mandato serão submetidos a voto secreto no plenário do Senado, mas o regimento da Casa é omisso quanto
ao procedimento no Conselho
de Ética.
"Há um descumprimento total da Constituição. Existe um
grande jogo político porque a
oposição não tem outro caminho. Estão querendo dar um
golpe dentro do Senado. Mandato se cassa na urna", afirmou
o senador Wellington Salgado
(PMDB-MG).
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