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Ministro nega articulação para salvar senador
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro Walfrido dos
Mares Guia (Relações Institucionais) disse ontem que
não há uma articulação no
governo Lula para absolver,
em plenário, o presidente do
Senado, Renan Calheiros.
"Eu sou o articulador do governo e não há recomendação para isso", afirmou.
Segundo o ministro, "esse
assunto é do Senado, e não é
do governo". "Não temos nenhuma influência." Mares
Guia disse ainda não ser
"verdade" que o presidente
Lula tenha recomendado o
voto a favor do senador no
julgamento no plenário da
Casa. Como o voto é secreto,
diz, fica "até difícil" algum tipo de influência "de fora".
O ministro negou também
que o governo já esteja cogitando o nome do substituto
de Calheiros. "Se estivéssemos pensando nisso, estaríamos condenando-o a priori",
afirmou Mares Guia.
Para o ministro, o processo
contra Calheiros no Conselho de Ética, que está "chegando ao seu momento derradeiro", não "atrapalha" as
votações na Casa.
"O Senado não está com a
pauta trancada. As votações
estão correndo muito bem.
Neste semana mesmo, tivemos uma vitória extraordinária, que foi a votação da
MP dos Portos em primeiro e
segundo turnos. Tivemos
ainda a votação do novo ministro do STF, o [Carlos Alberto] Direito."
Mares Guia afirmou que o
resultado do julgamento do
Supremo sobre o mensalão
não foi afetado por pressões
da imprensa. Essa foi a acusação feita pelo ex-ministro
José Dirceu, após reportagem da Folha revelar conversa telefônica do ministro
Ricardo Lewandowski, na
qual ele dizia que se sentiu
"com a faca no pescoço" e
que a tendência era "amaciar" em relação a Dirceu.
"[Não há pressão] de modo
algum. Os ministros já têm
seu cargo efetivado. Ficam
nos seus cargos até a sua
aposentadoria compulsória
[aos 70 anos]. Têm uma história de ilibada reputação e
conhecimento profundo jurídico. Não há como pressionar um juiz da Suprema Corte em nenhum país democrático".
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