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Orçamento no Brasil não é impositivo
DA REDAÇÃO
O Orçamento da União no
Brasil só tem caráter autorizativo: ele permite que o
Executivo faça as despesas
previstas, mas não o obriga a
realizá-las. Já nos Estados
Unidos o Orçamento é impositivo: ele força o governo a
executar as despesas fixadas
pelo Legislativo. Se houver
necessidade de cortar gastos,
o presidente precisa pedir
autorização ao Congresso.
No governo Bill Clinton, a
máquina federal parou parcialmente por 26 dias entre
novembro de 1995 e janeiro
de 1996 porque o Orçamento
não tinha sido aprovado. No
Brasil, o Orçamento de 1994
só foi aprovado em outubro
daquele ano, e o de 2006, em
abril. Nem por isso o governo
federal deixou de funcionar.
No modelo brasileiro, o governo avalia as despesas previstas com a arrecadação e,
com base nisso, contingencia
ou corta os gastos. Se o país
adotasse o orçamento impositivo, o governo perderia o
poder de priorizar uma obra
em detrimento de outra.
Contudo, mesmo no Brasil
a maior parte do Orçamento
tem caráter impositivo: são
gastos com o funcionalismo,
benefícios previdenciários e
assistenciais, transferências
automáticas a Estados e municípios. As despesas discricionárias (não obrigatórias)
não chegam a 20% do total,
mas é em torno delas que giram as negociações políticas.
As críticas ao orçamento
autorizativo se concentram
no fato de que ele estimula a
barganha entre o Planalto e
os parlamentares -a troca
de votos pela liberação de
verbas. Mas o orçamento impositivo também é contestado, pois engessa a administração e favorece a aprovação
de emendas clientelistas.
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