São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009

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17 desistem de sair, e Receita avalia que auge da crise se foi

14 mantêm decisão de entregar cargos e devem se juntar a outros 18 já exonerados

Dos 12 servidores da cúpula do fisco que assinaram o manifesto que expôs a crise no órgão, um voltou atrás e pediu para ficar no posto


JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na cúpula da Receita Federal, a avaliação é que o auge da crise já passou. Ontem, o novo secretário, Otacílio Cartaxo, começou a controlar uma parte dos funcionários que lideraram uma rebelião interna.
Segundo a assessoria de imprensa do fisco, dos 31 servidores que ameaçavam deixar cargos de confiança na semana passada, 17 voltaram atrás. Os demais 14 serão exonerados. Até ontem, Cartaxo havia exonerado outros 18 servidores.
A explicação da Receita é que os novos superintendentes regionais conversaram com alguns dos servidores e os convenceram a desistir de entregar as cadeiras que ocupam.
Entre os que desistiram de entregar os cargos de confiança, oito são de São Paulo, seis do Rio Grande do Sul e três de Minas Gerais. Todos são funcionários públicos concursados. Mesmo que deixassem o posto, não seriam demitidos, voltariam para suas funções, mas sem ter o cargo de confiança.
No dia 24, 12 integrantes da cúpula do fisco assinaram um manifesto e pediram exoneração, num levante contra o que classificaram de ingerência política no órgão patrocinada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e o Palácio do Planalto. Na esteira disso, outros funcionários também anunciaram que deixariam os cargos.
Todos os 12 foram nomeados pela ex-secretária da Receita Lina Vieira, demitida em julho. Desses, um voltou atrás e pediu para continuar no posto.
Após deixar o cargo, Lina confirmou à Folha que foi chamada no Planalto por Dilma Rousseff (Casa Civil), no final do ano passado, para um reunião a sós, quando a ministra teria lhe pedido para concluir rapidamente as investigações do fisco sobre a família do senador José Sarney (PMDB-AP). Dilma nega o encontro.


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